Caixa já aplica juros de mercado em seu crédito imobiliário
O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que ‘a classe média terá de pagar mais’ juros de mercado para o financiamento habitacional.
“Quem é de classe média tem de pagar mais. Ou vais buscar no Santander, Bradesco, Itaú. E vai ser um juros de mercado (da Caixa). A Caixa vai respeitar os juros de mercado”, declarou o novo presidente após ser empossado na última segunda-feira (7), no Palácio do Planalto.
As taxas cobradas pela Caixa costumam balizar o mercado imobiliário. Entretanto, essas taxas nem sempre são as menores nas linhas de financiamento, principalmente nas que não são subsidiadas pelo governo.
Desde o último ano, os juros cobrados por bancos nas linhas financiadas com recursos da poupança e direcionados a imóveis mais caros ficaram bem próximos.
Entretanto, a Caixa vem adotando as taxas de mercado nas linhas não subsidiadas. Desta forma, deixando de fora o programa Minha Casa, Minha Vida.
De acordo com o Banco Central, os juros médios de mercado para financiamento imobiliário caíram de 11,9% (ao ano) para 9,5%(ao ano), entre outubro de 2017 e 2018.
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Minha Casa, Minha Vida
As taxas de juros mais baixas são as do programa Minha Casa, Minha Vida. Essas taxas são subsidiadas pelo governo, e quase todas são operadas pela Caixa.
Taxas atuais do banco:
- Renda de até R$ 2.600 (Faixa 1,5) – Juros de 4,59% a 5,11% ao ano;
- Renda de até R$ 7.000 (Faixa 2 e 3) – Juros de 5,11% a 8,47% ao ano.
Além da Caixa, o Banco do Brasil também opera taxas do Minha Casa, Minha Vida, com taxas a partir 5,16% ao ano. Entretanto, esse percentual equivale a imóveis de até R$ 300 mil e para famílias de renda familiar até R$ 9 mil.
Financiamento de imóveis com FGTS
O juros são variáveis, principalmente em relação aos diferentes formatos de financiamento imobiliário.
Entretanto, quem não se enquadra no “perfil” do programa Minha Casa Minha Vida, acaba buscando outras formas de financiamento.
Desta forma, o financiamento pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e pela linha Pró-cotista, para trabalhadores com carteira assinada, são os mais procurados.
Nesse tipo de financiamento, os juros tem um limite de 12% (com atualização do saldo devedor pela Taxa Referencial).
Além disso, desde o final de outubro de 2018, o limite do valor do imóvel que pode ser financiado pelo SFH, onde pode ser usado o saldo do FGTS pelo comprador, é de R$ 1,5 milhão
Outra forma de financiamento é o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). Esse não possui regulamentação das condições de financiamento e é direcionada a compra de imóveis mais caros.
Entretanto, são solicitadas por compradores que não se enquadram nas regras do SFH e não conseguem utilizar o FGTS.
Carta de crédito e Pró-Cotista FGTS
Ainda existem a Carta de Crédito FGTS e a linha Pró-Cotista, que é financiada pelo FGTS e destinada a trabalhadores com carteira assinada.
- A linha de Carta de Crédito FGTS tem taxas a partir de 5,11% ao ano e é destinada a famílias com renda abaixo de R$ 9 mil;
- A linha Pró-Cotista, atualmente, possui juros a partir de 8,76% (bem próximos das taxas de mercado).
De acordo com o orçamento aprovado em 2018 pelo Conselho Curador do FGTS, em 2019 R$ 4,25 bilhões são previstos para a linha Pró-Cotista.
Entretanto, esse valor equivale a uma queda de 15%, quando comparado aos recursos disponibilizados para 2018.
- 2019 – 4,25 bilhões;
- 2018 – 5 bilhões;
- 2017 – R$ 7,74 bilhões;
- 2016 – 8,6 bilhões.
De acordo com as regras do Pró-Cotista, para se enquadrar no benefício os interessados:
- Devem comprovar uma contribuição de pelo menos 36 meses com o FGTS ou saldo de pelo menos 10% do valor do imóvel em conta vinculada;
- Não podem ser proprietários de imóvel residencial na região metropolitana em que moram ou trabalho;
- Não podem possui financiamento do SFH.
Além da Caixa, o Pró-Cotista é operado pelo Banco do Brasil e Santander.