Caged registra 1,53 milhão de contratações no primeiro semestre; 309 mil delas em junho
O mercado de trabalho formal brasileiro criou 309,1 mil vagas em junho, de acordo com o Caged. Trata-se do 6º mês seguido de saldo positivo do cadastro geral de empregos.
A contratação com carteira assinada acelerou em junho e registrou um saldo positivo 309.114 assinaturas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Ministério da Economia.
De acordo com o Caged, o resultado de junho decorreu de 1,601 milhão de admissões e 1,291 milhão de demissões. Já os números de maio diminuíram após revisão, saíram de 280.666 para 276.043 vagas.
Em junho do ano passado, em meio à primeira onda da pandemia de Covid-19 no país, houve fechamento de 30.448 vagas com carteira assinada.
O mercado financeiro esperava um novo avanço nas vagas de emprego no mês, tanto que o resultado veio em linha com as estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast.
As projeções apontavam para uma abertura líquida de 175.000 a 350.000 vagas em junho, com mediana positiva de 267.600 postos de trabalho.
O saldo do Caged está positivo no acumulado do primeiro semestre de 2021: 1,536 milhão vagas. Nos seis primeiros meses do ano passado, houve destruição líquida de 1,198 milhão postos formais.
Melhora no mercado de trabalho
De acordo com o Ministério da Economia, 3,558 milhões de trabalhadores seguiam com garantia provisória de emprego em junho. Trata-se das adesões ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) registradas em 2020 ou 2021.
Para cada mês de suspensão ou redução de jornada pelo programa, o trabalhador tem o mesmo período de proteção à sua vaga. Em abril, o governo estendeu o BEm por mais quatro meses neste ano.
Desde janeiro de 2020, o uso do sistema do Caged passou por substituição para o eSocial (Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas) para as empresas. Com isso, não é possível fazer comparações com resultados dos anos anteriores devido às divergências de metodologia.
Na metodologia anterior (de 1992 a 2019), o melhor resultado para junho na série do Caged sem ajustes havia sido em 2008. Naquele ano criaram-se 309.442 mil vagas no sexto mês do ano.
O presidente Jair Bolsonaro oficializou ontem no Diário Oficial da União a recriação do Ministério do Trabalho e Previdência, que será chefiado pelo ministro Onyx Lorenzoni. O desmembramento do Ministério da Economia teve o objetivo de acomodar a nomeação do senador Ciro Nogueira, líder do Centrão, como ministro-chefe da Casa Civil.
Setores em destaque no Caged
A abertura líquida de 309.114 vagas de trabalho com carteira assinada em junho no Caged foi novamente puxada pelo setor de serviços, com a criação de 125.713 postos formais. Em seguida veio o setor de comércio, que abriu 72.887 vagas.
Já a indústria geral abriu 50.145 vagas no mês, enquanto houve um saldo de 38.005 contratações na agropecuária. A construção civil criou 22.460 vagas no mês.
No sexto mês do ano, todas as 27 Unidades da Federação obtiveram resultado positivo no Caged. O melhor desempenho foi de São Paulo, com a abertura de 105.547 postos de trabalho. Já o menor saldo foi o do Amapá, com 377 vagas em junho.
O salário médio de admissão nos empregos registrado pelo Caged passou de R$ 1.807,88, em maio, para R$ 1.806,29 em junho.