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Guerra das maquininhas: Cade instaura processo contra Itaú e Rede

A credenciadora Rede anunciou com o aplicativo iFood, para que o repasse dos valores pagos com cartões em 7 dias. Clique aqui para saber mais.

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaurou nesta quinta-feira (18) um processo contra o Itaú Unibanco (ITUB4) e a Rede. O banco e a empresa de pagamento eletrônico são acusados de ter realizado uma venda casada, proibida por lei.

O processo do Cade chega horas depois da Rede ter anunciado que mudará de forma significativa seus preços e datas de liquidação para compras à vista no cartão de crédito. A empresa, de propriedade do banco Itaú, não cobrará nenhuma taxa em adiantamentos a clientes com volumes anuais abaixo de R$30 milhões e com domicílio bancário no próprio banco. Eles receberão o valor em 2 dias. Isso aumenta a competição no setor das maquininhas.

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Entenda a novidade

A Rede anunciou que vai zerar as taxa em adiantamentos e antecipar o pagamento para 2 dias a partir do dia 2 de maio. Entretanto, há alguns pré-requisitos para a regra valer:

Preenchidos os requisitos, os empreendedores receberão os valores depositados em suas contas no prazo de até dois dias.

O diretor-presidente da Rede, Marcos Magalhães, informou em comunicado que a iniciativa “tem potencial para influenciar outros movimentos no setor, por não ser uma oferta de tempo limitado. Atualmente, um dono de empresa precisa pagar juros para antecipar pagamentos realizados no crédito — ou esperar o pagamento de fatura para ter o dinheiro em mãos, o que leva até 30 dias”.

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Venda casada?

O anúncio é exclusivo para clientes que possuem conta no Itaú Unibanco. Desta forma, há a interpretação de que a novidade se trata de uma venda casada.

A venda casada é caracterizada quando um consumidor, ao adquirir um produto, leva conjuntamente outro produto, da mesma espécie ou não. A prática é proibida pelo Banco Central (BC) e pelas leis de defesa da concorrência.

Concorrentes sofrem na Bolsa

Após esse anúncio, as concorrentes diretas da Rede, como a Cielo (CIEL3), Stone, PagSeguro e Linx registaram fortes quedas na Bosa de Valores de São Paulo (B3). Isso por causa de uma previsão de redução do lucro líquido gerado por essa política agressiva da empresa do Itaú.

Somente no caso da Cielo, as transações à vista representam de 30 a 40% do volume total de crédito trabalhado. Por isso, a empresa poderia ter seu lucro líquido de 2019 reduzido entre 10 e 20%.

Por sua vez, outra concorrente, a Stone, deve ser também impactada. Isso porque a empresa atua principalmente no mercado de PMEs, tendo seu balanço mais exposto as operações de pré-pagamento.

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No final do dia, as ações das concorrentes da Rede fecharam da seguinte forma:

Essa estratégia agressiva da Rede é possível graças a margem de manobra dos bancos, como o Itaú, em renunciar a suas receitas nesse segmento. O objetivo é atrair clientes PMEs para sua base. A Cielo , controlada pelo Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), tem espaço para reagir. Outras concorrentes, muito menos.

 

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