Cade decide hoje sobre a venda da Oi Móvel (OIBR3); veja qual o impacto da decisão

A cena mais importante da novela da Oi (OIBR3) deve ser decida nesta quarta-feira (9). Isso porque o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deve divulgar seu parecer sobre a aprovação da venda dos ativos móveis para as concorrentes TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro hoje.

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De acordo com o jornal O Globo, a autarquia deve aprovar a venda dos ativos móveis da Oi mas com uma série de restrições e condições. Porém, dependendo da quantidade e o tipo de exigências a serem feitas pelo Cade, as três operadoras podem desistir da operação.

O caso da Oi é que a desistência das concorrentes pode desencadear uma série de consequências para companhia. A venda da parte móvel da tele é crucial no plano de recuperação judicial (RJ), que por sua vez tem como finalidade salvar a empresa da falência. A operadora espera receber R$ 16,5 bilhões pela venda da sua operação móvel.

Para entender melhor, a Oi encontra-se num processo de recuperação judicial desde 2016 devido a sua situação financeira na época. Após o aditamento da RJ em outubro de 2020, a tele formou 5 Unidades Produtivas Isoladas (UPIs) que nada mais são do que divisões de parte dos ativos da empresa de forma a facilitar suas vendas.

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Considerando que em junho de 2021 a dívida bruta da Oi era de R$ 29,1 bilhões e que o total arrecadado pela empresa na alienação das Unidades Produtivas Isoladas (UPIs) totalizaria cerca de R$ 30,8 bilhões, nota-se a importância que a resolução das pendências no Cade possui sobre a Oi. Ou seja, a empresa conseguiria sair da recuperação judicial sem decretar falência.

No entanto, a possibilidade da desistência da compra dos ativos móveis pelas concorrentes já deixa a Oi em uma saia ajusta. Além disso, os diretores das companhias avaliam que os entraves da venda dos ativos móveis podem também impactar na venda da fibra ótica da operadora, outra UPI.

Na análise do Grupo Oi, os impasses podem resultar na desistência do BTG Pactual (BPAC11) na compra de negócio de fibra ótica da operadora, a V.tal. Isso porque, se a companhia não vender seus ativos móveis, ela pode “quebrar” e a Oi é a principal cliente da V.tal, respondendo por mais de 70% das receitas.

Segundo fontes do jornal, o juiz da Recuperação Judicial da Oi, Fernando Viana, disse em reunião com Cade e a Anatel que o cronograma da recuperação judicial segue e se o plano não estiver cumprido como aprovado pela Assembleia Geral de Credores, a Oi pode ir à falência. O prazo final da RJ é março deste ano.

Nesta novela até mesmo o governo federal tem acompanhado com preocupação, pois avalia que o veto do Cade pode quebrar a Oi e afetar os serviços aos usuários. Na análise de integrantes do governo, a empresa fornece infraestrutura para Norte e Nordeste e a sua falência criaria um “deserto digital” nessas regiões.

Na terça-feira (8), a Anatel e os conselheiros do Cade decidiram marcar uma reunião de emergência para falar sobre a venda da Oi Móvel. A reunião aconteceu um dia após reportagem do jornal O Globo sobre que agência poderia anular a decisão que aprovou a venda de ativos da Oi. 

Última cotação da Oi

Na última sessão, terça-feira (9), a ação da Oi encerrou o pregão em forte alta de 9,47%, negociada a R$ 1,04.

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Poliana Santos

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