Por julgar que as condutas da XP Investimentos não caracterizam descumprimento de nenhum acordo realizado, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu arquivar as denúncias contra a empresa por supostas práticas anticompetitivas da corretora. A decisão foi tomada na sessão de julgamento desta quarta-feira (18).
As denúncias, entre elas a realizada pelo BTG Pactual, foram analisadas no acompanhamento do Acordo em Controle de Concentrações (ACC) firmado entre a XP e a autarquia. O acordo com o Cade foi realizado em 2018 e era uma condição para a aprovação do ato de concentração no qual o Itaú adquiriu participação da XP.
Segundo o comunicado do Cade, “não foram verificadas, no âmbito da análise, que eventuais condutas cometidas pela XP, relatadas nas denúncias, tenham caracterizado qualquer forma de exigência de exclusividade ou ocorrência de fechamento de mercado que possa apontar algum problema concorrencial ou uma ofensa ao acordo”.
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Dessa forma, o tribunal do Cade decidiu arquivar as denúncias contra a XP Investimentos. Mesmo assim, a autarquia informa que o monitoramento do acordo firmado com a XP permanecerá sendo realizado até a conclusão do acordo, que deve ser finalizada em 2023.
Lucro da XP Investimentos em 2019
A XP Inc. (NASDAQ: XP) apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 1,1 bilhão em 2019, alta de 119% sobre o reportado um ano antes. Esse é a primeira divulgação de resultados após a oferta pública inicial de ações (IPO) da companhia brasileira em Nova York.
Apenas no quarto trimestre, o lucro líquido da XP cresceu 262% na comparação com mesmo período do ano anterior, chegando a R$ 417 milhões. Já a receita bruta foi para R$ 1,9 bilhão, uma alta de 90% nos três últimos meses do ano passado.
A receita bruta da companhia cresceu 72% na comparação anualizada, atingindo R$ 5,5 bilhões. Os ativos sob custódia da empresa aumentou 103% em 2019, para R$ 409 bilhões, resultado do aumento de quase 100% na base de clientes ativos, que foi para 1,7 milhão.
Guilherme Benchimol, CEO da companhia, em comentário sobre o resultado, afirmou que a XP Investimentos deverá entregar os três a cinco anos de guidance de crescimento de 35% nas receitas e margem líquida ajustada, ficando entre 18% e 22%. Em 2019, a margem líquida terminou o ano em 24,6%.