A Hapvida (HAPV3) e a Notre Dame Intermédica (GNDI3) anunciaram nesta quarta (15) que Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão entre as companhias.
O Cade emitiu hoje despacho por meio do qual chancela a combinação de negócios entre as duas companhias. A operação foi autorizada sem restrições, segundo os fatos relevantes divulgados pelas operadoras de saúde.
A decisão de aprovação se tornará definitiva no prazo de 15 dias corridos a partir de sua publicação, não havendo recurso de terceiros ou avocação pelo Tribunal do Cade.
A Hapvida e a NotreDame fecharam em fevereiro o acordo de fusão entre as duas empresas. A Hapvida terá a maior parcela do novo negócio e terá Cândido Júnior e Jorge Pinheiro, seus administradores, no comando da nova empresa, enquanto os sócios estrangeiros da Notre Dame venderão suas participações.
A fusão dará origem a uma empresa presente em quase todo o país, em segundo lugar no mercado de saúde, ficando atrás apenas da Rede D’Or, que é avaliada em R$ 146 bilhões, de acordo com reportagem da revista Veja.
Em novembro, o BTG Pactual (BPAC11) manteve suas preferências no setor de saúde e reiterou a escolha da Hapvida (HAPV3) e NotreDame Intermédica (GNDI3) para o próximo ano.
Em relatório do setor de saúde assinado por Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima, o banco de investimentos aponta: “Reiteramos HAPV3 e GNDI3 como nossas escolhas para o próximo ano. A dinâmica dos ganhos deve melhorar gradualmente com a a aprovação da fusão e o valuation parece atraente desde que as sinergias de negócios ainda não estão precificadas.”
O banco avalia como promissor o setor, citando resiliência e um baixo risco. “Gostamos da exposição aos cuidados de saúde agora, particularmente para investidores que buscam mais proteção”, explica o relatório.
Em relação aos hospitais, o documento cita a ligeira diminuição na ocupação, comparando o terceiro trimestre deste ano com o segundo, e destaca ainda que a agenda de fusões e aquisições continua intensa.
O banco acrescenta: “Apesar de postar taxas de ocupação mais baixas em uma base trimestral, a dinâmica dos ganhos permanece (em uma base relativa) sólida para hospitais, que estão se beneficiando da recuperação gradual em procedimentos eletivos à medida que as hospitalizações da Covid começam a diminuir.”
Além disso, consideram que a agenda de fusões e aquisições continua “intensa” para as Hapvida e Notredame do setor de saúde listadas em bolsa, “permitindo importantes aumentos de capacidade ao longo desse e dos próximos trimestres.” Sobre os laboratórios, o BTG Pactual avalia que estão voltando a recuperar volumes, e as receitas de Covid-19 continuam diminuindo.
(Com Estadão Conteúdo)