O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quinta-feira (6), sem restrições, a aquisição de 50% do Reclame Aqui pela Stone. A operação foi notificada pelas empresas ao órgão em 21 de dezembro do ano passado.
Com a aprovação por parte da Superintendência Geral (SG), se o Tribunal do Cade não destacar o ato de concentração para análise ou não houver interposição de recurso por um terceiro interessado em 15 dias, a operação será chancelada em definitivo.
“A operação se insere na estratégia do Grupo Stone de ampliar o leque de serviços ofertados aos seus clientes, além de ser uma oportunidade para os vendedores de alavancar o desenvolvimento do seu negócio, a partir da incorporação da expertise do Grupo Stone”, informou a empresa ao Cade.
Compra da participação no Reclame Aqui
O ReclameAqui vendeu parte de suas ações primárias e o acionista DGF Investimentos se desfez da sua parcela de 22%, adquirida em abril de 2018, numa rodada Série A.
Com isso, a Stone, fintech de meios de pagamentos, ficou com dois dos quatro assentos do Conselho de Administração. Os três principais acionistas do site de reclamações – Edu Neves, CEO; Felipe Paniago, CMO e Diego Campos, CTO – continuarão na operação da empresa e poderão eleger um presidente para o Conselho, diz o Brazil Journal.
O ReclameAqui tem mais de 30 milhões de usuários e 500 mil empresas cadastradas. A principal monetização da empresa se dá por meio da venda de relatórios sobre as reclamações para as empresas, destrinchando as experiências dos clientes.
Com a alavancada dos e-commerces durante a pandemia, o site de reclamações também se beneficiou do movimento. Segundo o Brazil Journal, a receita do ReclameAqui dobrou de 2020 para 2021 e o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou acima dos R$ 10 milhões.
BTG rebaixa recomendação da Stone: “Recuperar confiança leva tempo”
O BTG Pactual (BPAC11) rebaixou a recomendação para ações da Stone de compra para neutro e cortou o preço-alvo dos papéis listados em Nova York de US$ 66,0 para US$ 22 nos próximos 12 meses.
Em meio à crise, as ações da Stone intensificaram o ritmo de queda na Nasdaq, saindo de US$ 31,72 no dia 16 de novembro para US$ 16,34 no fechamento de sexta-feira (26).
O recuou aumentou quando a empresa de meios de pagamento brasileira interrompeu suas concessões de crédito após um salto na inadimplência no meio deste ano. Desde então, a Stone não não consegue esclarecer com precisão quando vai voltar a emprestar dinheiro.
“Em resumo, a Stone fez más escolhas e teve também um tanto de azar. Infelizmente esta é a situação”, diz relatório do BTG.
(Com informações do Estadão Conteúdo)