A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aceitou o pedido de intervenção, como terceira parte interessada, feito pela Cervejaria Petrópolis e HNK BR, na negociação entre a Ambev (ABEV3) e a Red Bull do Brasil. As informações são do “Estado de S. Paulo”.
A Cervejaria Petrópolis e a HNK BR apresentaram preocupação com o negócio que consiste na celebração de um contrato de distribuição entre a Red Bull e a Ambev. Na operação, a Ambev deverá distribuir/revender bebidas energéticas da Red Bull em determinados pontos de venda distribuídos pelo Brasil.
De acordo com a HNK BR, o interesse em intervir decorre do impacto que a operação poderá acarretar. Isto, no mercado de distribuição de bebidas.
A superintendência do Cade permitiu que a Cervejaria Petrópolis e a HNK BR apresentem, em 15 dias:
- informações complementares;
- documentos;
- e pareceres necessários às alegações feitas.
A superintendência esclareceu que a intervenção de uma terceira parte interessada está prevista em lei. Além do regimento interno do Cade.
Saiba mais – Maia tenta articular votação da Previdência para junho; Ibovespa sobe
Negócio pode ameaçar competitividade
No pedido feito ao Cade, a Cervejaria Petrópolis afirmou entender que “a concretização da operação poderá ensejar a prática de condutas anticompetitivas no segmento de energéticos, como por exemplo o fechamento de mercado por meio de contratos de exclusividade”.
Além disso, a marca de cerveja alegou “que a participação de mercado da Ambev e Red Bull no mercado em apreço representará mais de 50%. O que poderá inviabilizar a permanência ou a entrada de rivais nos pontos de venda do País”.
Por sua vez a HNK BR, que integra o Grupo Heineken no Brasil, que distribui a cerveja Heineken no Brasil, argumentou que “vale notar que as próprias requerentes mencionam a HNK BR como um de seus principais concorrentes no mercado de distribuição de bebidas em geral […] tendo portanto a HNK BR interesse direto no Ato de Concentração em análise”.
“Qualquer impacto ou alteração nos mercados relevantes afetados tem, portanto, o condão de afetar a HNK BR. O contrato de distribuição, com cláusula de exclusividade […], firmado entre Ambev e Red Bull, reforçará o poder de mercado da Ambev, player já dominante no segmento de produção e distribuição de bebidas, e que agregará ao seu portfólio a principal marca mundial de bebidas energéticas [Red Bull]”, continuou a HNK BR.
Saiba mais – Ambev tem lucro líquido de R$ 2,74 bilhões no primeiro trimestre de 2019
Ações da Ambev
Até a publicação, o deferimento do pedido feito ao Cade não interferiu negativamente na cotação das ações da Ambev.
Assim, as ações ordinárias da Ambev (ABEV3) encerraram com leve alta de 0,52% a R$ 17,31 na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), nesta terça-feira (28).