Adesão automática do Cadastro Positivo pode injetar R$ 1,3 tri no País
A Serasa Experian divulgou um levantamento realizado, acerca dos impactos do Cadastro Positivo. Segundo o estudo, há a potencial injeção de R$ 1,3 trilhão na economia do País, após instalada a adesão automática ao sistema para pessoas físicas e jurídicas.
De acordo com a Serasa Experian, o sistema do Cadastro Positivo pode incluir mais de 22,6 milhões de pessoas no mercado de crédito. Além de reduzir os juros para cerca de 74% das pessoas acima de 18 anos, que já possuem acesso ao crédito.
Com simulações embasadas em modelos estatísticos de score (pontuação), o sistema pode beneficiar cerca de 137 milhões de brasileiros. Isto equivale a 88,5% da população adulta do Brasil.
Referente à relação entre estoque de crédito e Produto Interno Bruto (PIB), o levantamento projeta que a taxa deixaria os 47,4%, e passaria a 67%. Tal taxa sinaliza o crescimento do mercado.
“O sistema é a melhor forma de saber o comportamento financeiro do consumidor. E promover o crescimento sustentável do mercado de crédito”, afirmou o presidente da Serasa Experian e da Experian América Latina, José Luiz Rossi, ao “Valor Econômico”.
“Essa média estimada de 67% ainda está bem atrás do que se espera para um país do porte do Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, é mais de 100%. Para montantes maiores de empréstimo, como no financiamento de uma casa, é natural que os bancos precisem de uma análise mais detalhada, por isso o Cadastro Positivo pode ajudar especialmente nessa área”, declarou Vander Nagata, vice-presidente de informações sobre o consumidor da Serasa Experian.
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Setores de destaque
Segundo a Serasa Experian, dois setores serão destaque dos benefícios com o crescimento do mercado de financiamentos:
- Habitação: alta de 5,6 milhões de unidades de residências populares financiadas. Isto representa um volume de empréstimos adicional de R$ 1,1 trilhão.
- Veículos: alta de 3,5 milhões de automóveis financiados. Isto representa um volume de empréstimos adicional de R$ 159 bilhões.
Seguindo habitação e veículos, outros dois ramos também podem ter se beneficiar com a ampliação do Cadastro Positivo:
- Eletrodomésticos: aumento de 17,1 milhões unidades vendidas, com incremento de cerca de R$ 34 bilhões.
- Eletroeletrônicos: aumento de 15,4 milhões de unidades vendidas, com incremento de cerca de R$ 32 bilhões.
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Senado aprova “novo” Cadastro Positivo
O plenário do Senado Federal aprovou na noite desta quarta (13) o projeto de lei que amplia a participação da população no Cadastro Positivo.
O cadastro positivo é um banco de dados com informações de operações de crédito e obrigações de pagamento de pessoas física ou jurídica.
Por 66 votos a favor e cinco contra, o texto segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro. Mais cedo, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa havia aprovado as emendas do projeto.
O projeto, alterado pelos deputados, torna automática a entrada de pessoas e empresas no banco de dados. A alteração foi apoiada tanto pelo Banco Central (BC), quanto pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Atualmente, o registro ocorre apenas mediante autorização expressa e assinada. Caso o cidadão deseje a exclusão de seu perfil no Cadastro Positivo, deverá solicitar à instituição financeira.
Os dados serão geridos por empresas de crédito, que atribuirão nota para cada consumidor. Assim, haverá uma classificação entre bons ou maus pagadores.
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Cadastro Positivo
O Cadastro Positivo existe desde 2011 (lei sancionada pela ex-presidenta Dilma Rousseff), e hoje cerca de 10 milhões de consumidores têm inscrição no sistema. O sistema é um conjunto de dados sobre o histórico financeiro e comercial de pessoas físicas e jurídicas.
Os bons pagadores podem ter vantagens no momento do cálculo da nota de crédito. Por exemplo, a classificação pode ser critério para definição de limites de crédito ou de venda, assim como a taxa de juros a ser cobrada.
A vantagem vale também para pessoas que atualmente não têm relacionamento bancário. Elas passarão a possuir uma nota de crédito, podendo assim ser incluídas no mercado de crédito.
O Cadastro Positivo também pode ajudar a reduzir o spread bancário, que é a diferença entre a taxa Selic (taxa básica de juros) e os juros praticados pelos bancos comerciais. Isso porque permite que os provedores de crédito consigam definir de forma mais eficaz o risco de cada tomador.
Desta forma, seria possível reduzir a inadimplência e a necessidade de cobrar juros altos. Além disso, o Cadastro Positivo também permite prevenir o sobre-endividamento, tutelando cidadãos e credores.