IPO da C&A tem demanda superada em três vezes a oferta, diz jornal

A procura pelas ações da abertura de capital (IPO) da C&A tem a demanda superada em três vezes o volume. A precificação da ação ocorrerá na próxima quinta-feira (24) e a faixa indicativa ficou entre R$16,50 e R$20.

As ações da C&A serão negociadas pelo ticker CEAB3. O valor mínimo da compra é de R$3 mil e o valor máximo é de R$ 1 milhão. Os papéis serão negociados na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no dia 28 de outubro.

As informações sobre a demanda foram divulgadas pelo jornal “O Estado de S.Paulo”. O veículo jornalístico ressaltou que o IPO da varejista é contrário a abertura de capital da Vivara e do BMG, todos fixarão a ação no dia 24, no entanto, a C&A não prevê lock-up para o varejo.

De acordo com o analista da SUNO Research, Rodrigo Wainberg, não vale a pena o investimento na varejista concorrente da Renner.

Segundo o analista, a C&A possui “sério conflito de interesse com o controlador, porque aproximadamente metade da emissão é para pagar intercompany loan (empréstimos entre as empresas) girando a 170%, enquanto a LREN3 (Renner) e a GUAR3 (Guararapes Confeccoes) é 100% e 110% respectivamente”.

Confira Também: C&A define faixa indicativa entre R$ 16 e R$ 20 por ação e pode movimentar até R$ 2 bilhões

Além disso, Wainberg salientou que a marca está “envelhecida”, e seu controlador é uma família holandesa que não conhece muito bem o varejo brasileiro.

“A marca C&A está envelhecida, o número de lojas permanece o mesmo em três anos, o Same Store Salle (SSS) no primeiro semestre de 2019 está abaixo da inflação. A que ponto a companhia entende o seu público alvo?”, completou o analista.

É conhecido por Same Store Salle (SSS, sigla em inglês), um indicador de empresas no setor de comércio.

Plano de expansão da C&A

A C&A detalhou no documento um plano de expansão que prevê a abertura de 159 novas lojas no Brasil. Além disso, a empresa também pretende melhorar sua plataforma de comércio eletrônico e as ofertas de produtos financeiros.

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A varejista deveria abrir mais um centro de distribuição para apoiar esse plano de crescimento. Ao mesmo tempo serão realizadas aquisições de outras empresas. A acionista vendedora na oferta secundária será a família Brenninkmeijer, dos irmãos Clemens e August cujas iniciais deram origem à marca na Holandesa em 1861.

A venda do lote secundário será realizada por meio da Cofra Investments e Incas SA. Dois veículos de investimentos baseados no Luxemburgo e controlados pela família fundadora da C&A.

Poliana Santos

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