PF faz buscas na sede do PSL em MG para apurar candidaturas laranjas
A Polícia Federal faz buscas na sede do PSL de Minas Gerais na manhã desta segunda-feira (29). Os mandatos de busca e apreensão são relacionados às suspeitas de candidaturas laranjas no partido.
O irmão do coordenador da campanha do ministro do Turismo também foi alvo das buscas na operação “Sufrágio Ostentação”. Marcelo Álvaro Antônio, líder da pasta do Turismo, é investigado pela PF por suposto envolvimento com esquema de candidaturas laranjas no PSL.
Gráficas e empresas que declararam prestar serviços às candidatas supostamente laranjas também passam por buscas nesta segunda. Ao todo são sete mandatos.
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Laranjas no PSL
Álvaro Antônio, deputado federal mais votado em Minas Gerais, teria elaborado um esquema de candidaturas laranjas durante a campanha eleitoral, segundo a “Folha de São Paulo”. Dessa forma, ele teria desviado recursos para empresas ligadas ao seu gabinete na Câmara dos Deputados.
Álvaro Antônio foi presidente do Partido Social Liberal (PSL) de Minas Gerais. Durante a campanha, o partido repassou R$ 279 mil a quatro candidatas. Essa é a percentual mínima de 30% exigida pela Justiça Eleitoral para financiar o fundo eleitoral de mulheres candidatas. Essas quatro candidatas estão entre as mulheres que mais receberam verbas públicas no Brasil.
Entretanto, essas candidatas tiveram desempenho insignificante nas urnas. Juntas, receberam pouco mais de 2.000 votos. Segundo a “Folha”, esse seria um indicativo de que eram candidaturas de fachada. No esquema seriam simulados atos reais de campanha, mas sem engajamento efetivo na busca de votos.
Além disso, segundo o jornal, dos R$ 279 mil repassados pelo partido, ao menos R$ 85 mil acabaram nas contas de quatro empresas controladas por assessores, parentes ou sócios de assessores de Álvaro Antônio.
O atual ministro do Turismo foi o coordenador da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro em Minas Gerais. Ele foi eleito com 230 mil votos, graças a ligação com o nome do ex-capitão do Exército, e faz parte do primeiro escalão do presidente da República. Em sua prestação de contas, Álvaro Antônio não mencionou nenhuma das empresas mencionadas na reportagem.
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Ministro nega acusações
O ministro negou as acusações apresentadas pelo jornal. Através de sua assessoria, Álvaro Antônio salientou que “a distribuição do fundo partidário do PSL de Minas Gerais cumpriu rigorosamente o que determina a lei”. O ministro refutou “veementemente a suposição com base em premissas falsas de que houve simulação de campanha com laranjas no partido”.
“Fazer ilações sobre o valor gasto por qualquer candidato e a quantidade de votos que o mesmo conquistou é, no mínimo, subestimar a democracia e o poder de análise dos eleitores”, informou Álvaro Antônio.
Segundo o ministro do PSL, a contratação de empresas é de responsabilidade de cada candidato. Sobre suas despesas durante a campanha eleitoral, ele afirmou que “foram feitas de forma legal como comprova a aprovação da prestação de contas pela Justiça Eleitoral”.