Fincrop, a nova fintech criada pela Bunge, chega ao mercado para possibilitar mais acesso ao crédito para os produtores rurais. Após o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do 1T23 na semana passada, o mercado testemunhou mais uma vez a relevância e influência que o setor do agronegócio tem na economia brasileira.
Nessa linha, a Bunge (NYSE: BG), companhia de alimentos e agronegócio, viu uma oportunidade no setor para desenvolver uma empresa financeira que pudesse tornar o acesso ao crédito ainda mais fácil para o produtor agrícola.
Desenvolvida com o uso de técnicas de inteligência artificial como o aprendizado de máquina e tecnologia digital, a Fincrop consegue fazer a análise de critérios socioambientais como ponto central das avaliações de risco.
Intermediária entre o agronegócio e o crédito
Dessa forma, a fintech faz o papel de intermediária entre stakeholders do agro e do mercado de crédito. A plataforma dá seus primeiros passos com um aporte inicial de US$ 500 milhões (aproximadamente R$ 2,5 bilhões na cotação atual) disponíveis para financiamento.
Suas duas linhas de frente são os seguintes produtos digitais:
- Serviço de análise de risco que permite às revendas da Bunge gerenciarem sua carteira de clientes de forma mais eficiente;
- Solução de crédito que aproxima os produtores de grãos com o mercado financeiro.
A iniciativa é baseada na experiência da Bunge com cerca de 12 mil produtores no Brasil e mais de 20 anos de operações de barter (pagamento pelo insumo pela entrega do grão na pós-colheita). Com o conhecimento da realidade do mercado brasileiro e as necessidades dos produtos, a Fincrop estabeleceu alguns pilares-foco para seu trabalho:
- Avaliação de crédito: feita por meio de algoritmos de IA que coletam informações de múltiplas fontes, incluindo dados de mercado da Bunge;
- Verificação de práticas sustentáveis: por meio da análise de dados de monitoramento das propriedades, como imagens de satélite, e informações coletadas no campo;
- Formalização do processo: automatizada e digital, essa etapa inclui os contratos e documentos relacionados.
Aceleração da Bunge ao redor do mundo
Internacionalmente, a Bunge continua expandindo seus negócios e projetos. Recentemente, a companhia adquiriu novas terras em Louisiana, Estados Unidos, da refinaria Fuji Oil e aumentou sua posição no mercado de óleos vegetais. Além disso, alinhada com a temática ESG (Governança ambiental, social e corporativa), a marca também foi avaliada pelo segundo ano consecutivo como “Most Loved Workplace” em 2022.
Atacando diversas frentes promissoras, a Fincrop contempla parte do Programa de Agricultura Regenerativa da Bunge, que busca incentivar práticas sustentáveis entre os produtores rurais. Através do diagnóstico das propriedades agrícolas, a fintech desenvolve um plano de ação personalizado para implementação ou melhoria das práticas de agricultura regenerativa. Além disso, a plataforma pode conectar os produtores a ofertas diferenciadas do mercado de crédito para apoiá-los.
A Bunge destaca que a Fincrop faz parte de seu processo de transformação digital e está alinhada à sua estratégia de estar mais próxima do ecossistema rural. A empresa acredita que o alto nível de adoção de práticas sustentáveis pelos produtores brasileiros é um atrativo para os investidores. Assim, a Fincrop deve facilitar essa aproximação, por meio de uma plataforma digital para gerenciamento de carteiras de crédito e serviços de estruturação de produtos financeiros para produtores de grãos.
ESG na Bunge
Segundo a diretora de Finanças da Bunge, Florence Shoshany, a empresa vislumbra uma forte demanda por um produto que pudesse proporcionar a conciliação do risco controlado com o componente ESG. “Com a Fincrop, reafirmamos nosso compromisso de oferecer soluções inovadoras e eficientes para o agronegócio brasileiro, e damos mais um passo estratégico para aumentar o volume de originação em conformidade com nossos compromissos de sustentabilidade”, destaca Shoshany.
Sediada em St. Louis, Missouri, a Bunge conta com 23 mil colaboradores em mais de 40 países, trabalhando para conectar agricultores a consumidores e entregar alimentos, nutrição animal e combustíveis.
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