Um dos principais credores da Americanas (AMER3), o BTG Pactual (BPAC11) disse que foi “vítima de fraude” da companhia. Roberto Sallouti, CEO do banco, desabafou sobre o caso nesta segunda (13), sem citar nominalmente a varejista.
“Fomos vítimas, afetados por uma fraude corporativa”, argumentou Sallouti durante a apresentação dos resultados do quarto trimestre de 2022 do BTG Pactual.
Durante a teleconferência com os analistas do mercado financeiro, o executivo ressaltou que o caso Americanas é uma situação isolada na carteira do banco.
“Se vão ter novas provisões ou não, não sabemos, acho que estamos bem provisionados. Achamos que vamos recuperar acima dessa provisão, mas dada a natureza de fraude, tem a questão temporal, nunca se sabe o tempo que demora. Mesmo que tivermos de fazer provisões, isso não muda nosso guidance”, complementou o CEO do BTG Pactual.
Estamos muito tranquilos com a qualidade da nossa carteira, ela é bem diversificada, por empresas, por estratégia.
BTG Pactual: Balanço do 4T22
O BTG Pactual teve lucro de R$ 1,64 bilhão no quarto trimestre de 2022 (4T22), segundo balanço financeiro publicado na manhã desta segunda.
Com isso, o lucro do BTG Pactual cai cerca de 5% na base anual. O lucro líquido ajustado, por sua vez, foi de R$ 1,767 bilhão, ante R$ 1,782 bilhão vistos em igual trimestre do ano anterior.
Os números consideram uma provisão de R$ 1,2 bilhão para a Americanas, já que o banco está dentre os principais credores da varejista, que encontra-se em recuperação judicial. No balanço, o BTG disse que a provisão ocorreu “devido a um evento específico que foi amplamente divulgado”.
Na visão dos analistas da XP Investimentos, o banco de André Esteves reportou “resultados mais fracos do que o esperado no 4T22”, principalmente devido à provisão bilionária.
“Não esperamos que isso seja um gatilho para a ação e mantemos nossa visão conservadora sobre o caso”, ressaltam os analistas da XP Renan Manda e Matheus Guimarães.