BTG Pactual (BPAC11) puxa queda de ‘bancos do varejo’ no Ibovespa após escândalo da Americanas (AMER3)
As ações de bancos com exposição a varejo, como o BTG Pactual (BPAC11) e o Santander (SANB11), caíram 3,95% e 3% nesta quinta-feira (12) após o escândalo contábil de R$ 20 bilhões da Americanas (AMER3).
Analistas do Bradesco BBI destacam que o BTG e o Santander tem 7% das suas respectivas carteiras de crédito atreladas ao segmento de varejo.
Vale destacar que trata-se de uma conjectura do mercado, dado que ainda não está claro qual banco teria uma exposição concreta às operações não contabilizadas da Americanas.
Em queda menor, o Bradesco (BBDC4) caiu 2,3%, tendo uma exposição de 5,9% da sua carteira de crédito ao varejo, segundo seu último balanço financeiro.
O Banco Pan (BPAN4), que fica sob o guarda-chuva do BTG Pactual, caiu 2% por sua vez.
- Ibovespa volta a operar em queda, aos 111 mil pontos; varejistas derretem após escândalo contábil da Americanas (AMER3)
- Americanas (AMER3): ações entram em leilão após rombo de R$ 20 bilhões; Magalu (MGLU3) e Via (VIIA3) são ‘arrastadas’
- Americanas (AMER3): Sergio Rial aponta falta de transparência e revela motivo da demissão após descobrir rombo bilionário
Debêntures da Americanas
Além das dívidas não contabilizadas, o fato de a varejista ser uma grande emissora de debêntures preocupa analistas.
Isso, pois os títulos de dívida costumam ter cláusulas de alavancagem que podem estourar.
Uma fonte anônima relatou ao jornal Valor Econômico que a porcentagem de debêntures com convenants, contudo, não é significativa.
Entenda o rombo de R$ 20 bilhões
AA companhia revelou na quarta-feira (11), em comunicado enviado à CVM, que detectou inconsistências estimadas no total de R$ 20 bilhões em lançamentos contábeis. Após descobrir o rombo no balanço, o diretor-presidente, Sergio Rial, e o Relações com Investidores, André Covre, empossados no último dia 2 de janeiro, decidiram deixar a companhia.
No documento, o balanço da Americanas apontou incongruências em operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem, incluindo 2022. No entanto, as movimentações não estão refletidas na conta fornecedores, conforme as demonstrações financeiras.
A inconsistência de R$ 20 bilhões é da data-base de 30/9/2022. O montante apontado é maior que o valor de mercado da própria Americanas na Bolsa (R$ 10 bilhões).
“As estimativas estão sujeitas a confirmações e ajustes decorrentes da conclusão de trabalhos de apuração e dos trabalhos a serem realizados pelos auditores independentes, após o que será possível determinar adequadamente todos os impactos que tais inconsistências terão nas demonstrações financeiras da companhia”, diz o fato relevante da Americanas.
“Neste momento, não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia”, diz ainda o fato relevante divulgado.
Diante disso, o diretor-presidente, Sergio Rial, e o diretor de Relações com Investidores, André Covre, anunciaram suas saídas. Interinamente, o conselho de administração da Americanas anunciou João Guerra, que ocupava a posição de diretor de RH, para assumir as duas posições.
Procurada pelo Suno Notícias, a Americanas afirmou que “não acrescentará informações ao que já foi dito no comunicado ao mercado”.