O BTG Pactual (BPAC11) divulgou seus resultados do 4T24, e as casas de análise apontam para um desempenho sólido, mas com alguns desafios. Enquanto o Goldman Sachs considerou os números mistos devido a custos elevados e um capital mais fraco, o BB-BI destacou a resiliência da instituição em um ambiente macroeconômico adverso. Ambas as casas mantiveram recomendação de compra para o papel.
O Goldman Sachs classificou os resultados do BTG Pactual como mistos. O lucro líquido recorrente de R$ 3,3 bilhões cresceu 2% na comparação trimestral e 15% na base anual, mas veio 3% abaixo do consenso de mercado. O ROE caiu 50 pontos-base (bps) no trimestre, para 23%, pressionado pelo aumento de despesas e pela queda no capital.
Os destaques positivos incluíram a recuperação do banco de investimento, com crescimento de 34% na receita trimestral puxado por Debt Capital Markets (DCM), além da expansão do corporate lending (+7% t/t; +35% a/a).
Por outro lado, os custos cresceram acima das projeções, com aumento de 7% nas despesas com pessoal e 10% nas despesas administrativas. Além disso, o capital regulatório enfraqueceu, com o índice CET1 caindo 50 bps no trimestre, para 11,8%.
Apesar dessas pressões, o Goldman Sachs manteve recomendação de compra para as ações do BTG, destacando a força do modelo diversificado do banco. O preço-alvo para as ações BPAC11 é R$ 36,00, com potencial de valorização de aproximadamente 12%.
BB-BI: “Encerrando um bom ano”
O BB-BI foi mais otimista em sua avaliação, considerando os números positivos e reforçando a solidez do BTG. A casa destacou a continuidade da expansão das principais franquias do BPAC, mesmo diante de um ambiente macroeconômico desafiador e marcado por volatilidade.
Entre os pontos positivos, o BB-BI ressaltou o crescimento do corporate lending, com receita de R$ 1,8 bilhão no trimestre (+6,9% t/t; +26% a/a), e a forte performance do investment banking (+34% t/t). A gestão de ativos também foi um destaque, com crescimento de 15,9% no patrimônio administrado e alta de 9% na receita trimestral.
A casa reconheceu que houve impacto no resultado devido ao aumento das despesas, puxado por aquisições como a Sertrading. No entanto, apontou que a eficiência operacional melhorou no acumulado de 2024, com índice de eficiência recuando para 37,5% (ante 38,2% em 2023).
Com essa visão mais otimista, o BB-BI reiterou a recomendação de compra para as ações do BTG Pactual e manteve seu preço-alvo em R$ 40,00 para o final de 2025, o que implica um potencial de valorização superior a 20%.
Por volta das 15h desta segunda-feira (10), o BTG Pactual operava em alta de 0,16% no Ibovespa, com as ações cotadas a R$ 32,17.