Em nova avaliação sobre o Nubank (ROXO34) – faltando menos de 20 dias da divulgação do balanço do 3T23 -, os analistas do BTG Pactual aumentaram ainda mais as suas projeções para indicadores financeiros relevantes.
Conforme a casa, o lucro do Nubank deve aumentar para US$ 2,1 bilhões no ano seguinte – projeção que fica 24% acima do consenso de mercado.
Contudo, o BTG segue como recomendação neutra para as ações do Nubank, com preço-alvo de US$ 9,50, ao passo que os papéis são negociados a US$ 7.90 na NYSE atualmente, representando uma alta de 121% no acumulado de 2023.
O preço-alvo para o Nubank foi elevado. Anteriormente era de US$ 8 por ação. Segundo a casa, apesar do aumento no preço-alvo, a recomendação foi mantida neutra em função dos fundamentos de valuation dos analistas.
“Esperamos outra divulgação com números muito fortes, com lucro líquido de US$ 312 milhões (projeção 25% acima do consenso) e ROE de 21,5%, um notável conquista”, diz a casa sobre o resultado do Nubank.
Em se tratando da qualidade dos ativos, segundo o próprio Nubank, os índices de inadimplência de 15 a 90 dias seguem como melhor indicador em detrimento dos índices de inadimplência superiores a 90 dias.
“A mensagem das recentes discussões com a administração foi que os primeiros NPLs estavam tendo um bom desempenho, quase estável vs. segundo trimestre, e os NPL superiores a 90 dias só começarão a cair quando observarmos estabilidade no o indicador inicial para cerca de três ou quatro trimestres”, observa o BTG.
“Portanto, os NPLs acima de 90 dias devem continuar aumentando no terceiro trimestre, provavelmente também estimulado pela mudança no mix do portfólio. A originação de empréstimos pessoais tem sido aumentando ao longo dos últimos trimestres, e a componente remunerada no produto de cartão de crédito, principalmente via Financiamento PIX, também vem crescendo”, segue.
Segundo o Nubank, esse avanço na carteira remunerada tem ajustado muito a rentabilidade da companhia, favorecendo melhores números do Nubank no 3T23.
Crescimento de clientes do Nubank não para por aí
Além disso, os especialistas destacam perspectivas de crescimento de clientes no Brasil, México e Colômbia.
“Já faz algum tempo que esperamos que as adições líquidas de clientes percam força. Mas isso não deveria ser o caso novamente neste trimestre, com o Brasil provavelmente adicionando mais 1-1,5 milhões de novos clientes por mês no terceiro trimestre”, observa o BTG.
“Na verdade, essa tem sido um dos maiores pontos que destoam das nossas estimativas desde o IPO, com o Nubank provando que pode alcançar e servir (de forma ativa) um base de clientes muito maior do que inicialmente pensávamos ser possível”, completa.
Apesar disso, o BTG destaca que “certamente haverá um abrandamento nas adições líquidas de clientes em algum momento, dada a penetração já muito elevada do Nubank na fatia de população brasileira adulta.
Segundo a casa, quando esse momento chegar eles acreditam que o crescimento no México e na Colômbia se tornarão mais visíveis, embora não o suficiente para compensar totalmente o desaceleração no Brasil.
“O Nubank lançou recentemente no México o produto “Nu Cuenta”, um produto crucial para acelerar o crescimento da adição líquida no futuro”, analisa.
“A alavancagem operacional continua: aumento do ARPAC e queda do CTS Embora o crescimento da base de clientes tenda a diluir a ARPAC porque estes novos clientes começar em um nível ARPAC mais baixo, esperamos que o Nubank continue a ver empresas mais engajadas clientes na plataforma, gerando mais receita por cliente ao longo do tempo”, conclui.