O BTG Pactual (BPAC11) elevou o preço-alvo para Ambev (ABEV3) a R$ 18 por ação, mas manteve a recomendação neutra após a fabricante de bebidas reportar os números trimestrais. O banco não está certo de que a companhia possa manter o passo de crescimento.
Na visão dos analistas Henrique Brustolin e Thiago Duarte, os resultados da Ambev no terceiro trimestre de 2021 foram sólidos, com receita líquida acima das expectativa e do restante da indústria de bebidas. Agora, segundo eles, é importante saber como a empresa equilibra a expansão do lucro e a da receita.
Para o BTG Pactual, é possível que a diferença de margens entre a companhia e a concorrência nunca esteve tão curta. Novas ferramentas comerciais podem ter permitido à Ambev usar marcas como Skol, Brahma e Antarctica para lidar com preços antes ocupados pela concorrência.
Como consequência, a companhia poderia forçar a concorrência a aceitar uma fatia de volume menor, a forçar a concorrência a aceitar margens menores ou conseguir um maior poder de precificação — hipótese na qual o banco aposta.
A Ambev tem se esforçado para escalar as categorias de semelhantes a cerveja e além da bebida para reforçar o papel como prestador de serviços, principalmente por meio do BEES e Donus. O relatório diz ainda que a companhia procura fomentar novas ocasiões de consumo e valor de marca por meio da inovação.
“Dependendo do sucesso com que a Ambev acaba capturando maior valor por litro vendido agora que os volumes se recuperaram e a utilização da capacidade ultrapassou a marca histórica de 70%, podemos estar olhando novamente para uma história de compra e manutenção,” escreveram Brustolin e Duarte, em relatório.
Apesar disso, os analisaram mantiveram o rating Neutro, argumentando que a empresa precisa de uma aceleração dos lucros para justificar o prêmio de risco em relação aos pares e históricos.
Cotação da Ambev (ABEV3) nesta quarta-feira
A ação da Ambev (ABEV3) fechou o pregão desta quarta-feira (3) em alta de 2,71%, cotada R$ 17,83.