O BTG Pactual vai lançar um cripto-ativo com lastro em imóveis inadimplentes. Segundo a agência “Bloomberg”, o banco de investimentos brasileiro espera levantar US$ 15 milhões com esse novo produto somente na oferta inicial.
O cripto-ativo, chamado ReitBZ, será baseado em ativos imobiliários que apresentaram dificuldades no Brasil. Segundo Gustavo Roxo, diretor de tecnologia do banco, o produto será baseado em tecnologia blockchain, que descentraliza as transações e garante a segurança.
Os investidores poderão adquirir o ativo através de uma plataforma digital usando o Gemini Dollar. Essa moeda virtual é chamada também de stablecoin, pois seu valor é atrelado ao dólar norte-americano. O Gemini Dollar é emitido por uma empresa fundada pelos gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss, cofundadores do Facebook. Além do Gemini Dollar, será possível utilizar o Ethereum, uma das criptomoedas mais valiosas.
Os investidores do ReitBZ receberão dividendos periódicos gerados pela recuperação dos ativos problemáticos. Segundo o banco, os retornos anuais deveriam ficar entre 15% e 20% em moeda brasileira. Esses ativos serão administrados pela Enforce, controlada do BTG que atua no setor da recuperação de crédito.
O ReitBZ será disponível mundialmente, exceto para investidores brasileiros e norte-americanos. O BTG fornecerá serviços de criação de mercado para o crito-ativo, permitindo que os investidores possam vender suas participações e obter liquidez, se necessário.
Segundo o BTG, o ativo permitirá colocar a disposição seus negócios imobiliários para investidores globais de maneira mais barata do que os meios tradicionais. O ReitBZ será permanente e o período inicial de oferta durará cerca de 90 dias. Os rendimentos serão reinvestidos no portfólio em dificuldades.
“O BTG está implementando seu próprio capital para fornecer liquidez porque acredita realmente no negócio da criptomoedas”, explicou Roxo, “Criamos essa estrutura porque acreditamos que os investidores no mundo digital têm maior apetite para risco”.
“Sabíamos que precisávamos dominar essa tecnologia. Então, começamos a experimentar há alguns anos ”, explicou Andre Portilho, sócio do BTG responsável pela iniciativa, “Nós achamos que o Bitcoin e outras criptomoedas estavam se tornando voláteis demais, mas vimos uma oportunidade com esse cripto-ativo para tentar algo novo, mas também colocando a nossa marca na jogada”.
Bancos de investimentos atuando no segmento
O BTG não é o primeiro banco de investimento que decide adotar as criptomoedas. Na semana passada, o JPMorgan Chase & Co. informou que desenvolveu um protótipo de moeda digital. O banco norte-americano planeja usar essa criptomoeda para acelerar os pagamentos entre clientes corporativos. Dessa forma, se tornou o primeiro dos principais bancos dos EUA a introduzir publicamente sua própria criptomoeda.