Analistas cortam preço-alvo das ações da B3 (B3SA3) após queda no volume de negociações e piora no cenário macro
Passada a euforia do fim de 2023 na bolsa, previsões cada vez mais conservadoras para a performance do mercado de ações nos próximos meses – e um relatório operacional mais fraco do que o esperado para os três primeiros meses do ano – fizeram o BTG reduzir o preço-alvo para as ações da B3 (B3SA3).
É que, para o banco de investimentos, a temperatura do mercado mudou. Os dados operacionais da B3 decepcionaram, mas os próximos meses podem confirmar a tendência, já que há uma deterioração das expectativas para as contas públicas brasileiras. Dados recentes da inflação americana também entraram na conta. Se o Fed e o Copom decidirem encerrar antecipadamente o corte de suas taxas básicas de juros, a atratividade da renda variável tende a diminuir.
Com os volumes de negociação mais baixos, o BTG estima uma queda de 5% na projeção de lucro por ação. Os analistas do banco de investimentos cortaram de R$ 16 para R$ 13,50 o preço-alvo para as ações da B3 nos próximos 12 meses. Apesar disso, o BTG ainda mantém uma recomendação neutra para B3SA3. No ano, a operadora da bolsa brasileira registra queda de 21%.
B3: decepção com volume negociado
Uma das principais razões para o corte no preço-alvo dos papéis da B3 foram os dados operacionais de março – com queda em vários indicadores chave, como a média de valor negociado no segmento de ações no mês (-6%) frente a fevereiro. No comparativo anual, a queda foi de 7%.
Além disso, outros braços de negócios da B3, como o mercado futuro e custódia, também tiveram números aquém do esperado.
O BTG também pontuou colocações recentes do CEO da B3, Gilson Finkelsztain. Com relação a uma eventual concorrência de grupos globais que pretendem operar no Brasil, o executivo acredita que não há nada a temer, com a bolsa pronta para diversificar as suas fontes de renda e portfólio de produtos. Finkelsztain é otimista e vê um potencial de crescimento no seu braço de dados e um resultado melhor no segundo semestre do ano, com a eventual retomada de estreias na bolsa.
A B3 não vê a campainha de um IPO soar desde setembro de 2021, quando a Vittia (VITT3) abriu o seu capital.