BTG reverte decisão no STJ e mantém bloqueio de R$ 1,2 bi da Americanas (AMER3)

O BTG Pactual (BPAC11) conseguiu na noite desta quarta-feira, 25, uma liminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para manter o bloqueio de R$ 1,2 bilhão de recursos retidos da Americanas (AMER3), segundo decisão assinada pelo ministro Og Fernandes.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/10/Lead-Magnet-1420x240-1.png

O banco entrou com o recurso no STJ na noite de terça-feira, após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ter derrubado a liminar que permitia ao banco manter o dinheiro bloqueado da Americanas.

O BTG havia obtido uma liminar anteriormente que permitia reter os valores, que haviam sido utilizados para compensar débitos após o banco declarar o vencimento antecipado de dívidas da varejista. A liminar do BTG permitia a retenção dos recursos até que o mandado de segurança pedido pelo banco fosse julgado pela Justiça do Rio.

A Justiça do Rio tinha suspendido nesta terça-feira (24) o bloqueio de recursos da Americanas (AMER3) pelo BTG.

O desembargador Flávio Horta Fernandes tinha fundamentado a decisão de suspender o bloqueio de recursos da Americanas citando o art. 49 da Lei nº 11.101/05. Na legislação, estabelece-se que “estão sujeitos à Recuperação Judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, bem como as obrigações anteriores observando as condições originalmente contratadas ou definidas em lei”. 

Dizia ainda o texto da decisão do magistrado: “Assim, considerando a existência de efetivo deferimento do processamento da recuperação judicial e os consecutivos documentos acostados aos autos, suspendo o bloqueio em conta do Banco BTG Pactual S.A. e determino a reversão dos valores à ação de recuperação judicial”.

Americanas: bancos sofrem nova derrota na Justiça

O juiz Luiz Alberto Carvalho Alves, da 4ª Vara Empresarial da Capital do Rio de Janeiro, atendeu ao pedido do Grupo Americanas (AMER3) e determinou o arresto e bloqueio dos valores do Grupo Americanas retidos pelo Banco Votorantim, no valor de R$ 200 milhões e pelo Banco Safra, de R$ 95 milhões.

Os dois bancos descumpriram a determinação 4ª Vara Empresarial que, no dia 19 de janeiro, suspendeu todas as execuções financeiras contra o Grupo Americanas, quando foi deferido o processamento de recuperação judicial do grupo.

O juiz entendeu que os valores retidos pelos dois bancos poderiam colocar em risco o processo de recuperação do Grupo Americanas.

“Há de se destacar que o comportamento das referidas instituições financeiras prejudica a formação e manutenção do capital de giro do grupo econômico em processo de recuperação”, escreveu o magistrado.

Bradesco (BBDC4) reage e refuta responsabilização de bancos

Bradesco (BBDC4) manifestou publicamente rejeição ao que chamou de narrativas que atribuem aos bancos a responsabilidade sobre eventuais práticas irregulares adotadas por empresas que fazem negócios com o banco.

A reação vem após o trio de acionistas de referência da Americanas sinalizar que as instituições credoras da Americanas teriam chancelado balanços que mascaravam um rombo contábil de ao menos R$ 20 bilhões.

“Não compactuamos com alegações que buscam criar narrativas para atribuir aos bancos qualquer responsabilidade sobre as práticas contábeis irregulares da empresa e, assim, desviar a atenção do problema central, ou seja, a falta de consistência dos números das demonstrações financeiras e as responsabilidades dos seus dirigentes sobre tal fato”, afirmou o banco, em nota divulgada na tarde de hoje.

A instituição disse ainda que a governança contábil das empresas é responsabilidade exclusiva de seus administradores, o que inclui o conselho de administração. “O Bradesco cumpre rigorosamente as diretrizes normativas e atua de acordo com as melhores práticas de mercado”, afirmou o banco.

Bradesco: volume de empréstimos

O Bradesco é, segundo fontes, o banco com o maior volume de empréstimos à Americanas, embora não seja o que está relativamente mais exposto à empresa.

No domingo, 22, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, acionistas de referência da Americanas, afirmaram em nota pública que os bancos e as auditorias independentes teriam chancelado os balanços da companhia por meio das chamadas cartas de circularização.

Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a manifestação do trio de acionistas, que controlou a Americanas até 2021, causou indignação nos bancos, entre os quais o Bradesco, ao tentar franquear a eles, na visão dos executivos, a culpa por erros da empresa. Fontes do setor têm falado inclusive em retaliar outras companhias associadas aos três investidores.

Com Estadão Conteúdo

Redação Suno Notícias

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno