O BTG Pactual (BPAC11) apresentou prévia dos resultados do quarto trimestre das empresas do setor de saúde na bolsa. Segundo o relatório, o trimestre deverá ter resultados mistos, com crescimento orgânico de clientes para todas as companhias. No entanto, as empresas devem apresentar uma uma piora na taxa de sinistralidade médica (MLR, sigla em inglês), em razão da segunda onda do novo coronavírus (covid-19).
No documento, o BTG analisa que apesar dos resultados mistos (não fracos) que a SulAmérica (SULA11), Hapvida (HAPV3), NotreDame (GNDI3) e Rede D’Or (RDOR3) devem apresentar, o banco permanece destacando a resiliência do setor de saúde.
Os especialistas do banco utilizam dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para analisar o setor de saúde. As informações mais recentes mostram a resiliência da indústria em um ambiente econômico ainda desafiador.
“Portanto, o quarto trimestre deve apresentar um crescimento orgânico de clientes para quase todas as empresas e números positivos para todo o setor de saúde”.
Dentre todas as companhias do setor de saúde listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o BTG tem preferencia pela SulAmérica, Hapvida, NotreDame e Rede D’Or. Todas essas têm recomendação de compra pelo banco.
“Essas empresas estão bem posicionadas para desempenhar a principal tendência de consolidação em saúde”.
Veja as perspectivas do BTG para o 4T20 das empresas do setor de saúde
Rede D’OR é preferida no setor de saúde
A preferida do banco no setor de saúde deve apresentar resultados recordes no quarto trimestre, refletindo a retomada das frequências (impulsionada pelo acúmulo de admissões cirúrgicas) e hospitalização relacionada à covid-19.
O BTG projeta um lucro líquido de R$ 467 milhões, alta de 61% em comparação com o quarto trimestre de 2019. A receita líquida consolidada deverá ser R$ 3,8 bilhões, aumento de 11%. Já o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deva aumentar 36%, para R$ 1,25 bilhão.
Os resultados oficiais deverão ser divulgados em 31 de março.
Hapvida se beneficia de aquisições no setor de saúde
Na análise do banco, a consolidação das recentes aquisições garantirá uma forte expansão no Demonstrativo de Lucros e Perdas (P&L, na sigla em inglês).
O lucro líquido da Hapvida está previsto para R$ 306 milhões no período de outubro a dezembro de 2020, alta de 20% em comparação de base anual. Já a receita líquida consolidada será de R$ 2,3 bilhões, crescimento de 30% e o Ebtida ajustado apresentará aumento de 23% para R$ 306 milhões.
O resultado do quarto trimestre da companhia será divulgado em 18 de março.
NotreDame terá resultados menos positivos
Já a projeção para a NotreDame Intérmedica são resultados “menos impressionantes”.
“Os resultados do quarto trimestre da Intermédica não devem ser tão fortes quanto os trimestres anteriores, desta vez afetados por crescimento orgânico moderado (em termos de adesão), mas impulsionados por recentes fusões e aquisições”.
O lucro líquido deverá ser de R$ 228 milhões, alta de 15% na comparação com o quarto trimestre do ano passado. A receita líquida aumentará 25%, para R$ 2,89 bilhões, impulsionada por ativos adquiridos recentemente. Já o Ebitda ajustado apresentará crescimento de 25%, para R$ 495 milhões.
Os resultados deverão ser divulgados em 25 de fevereiro.
SulAmérica terá mais crescimento orgânico
Na análise do banco, a SulAmérica deverá reportar resultados “mais suaves” marcados por um crescimento orgânico.
O lucro líquido do período de outubro a dezembro deverá ser de R$ 277 milhões. Já a receita líquida será de R$ 5,35 bilhões, leve queda de 7%. Por sua vez, o Ebitda devera cair 24%, para R$ 738 milhões.
Os resultados deverão ser divulgados em 24 de fevereiro.
Qualicorp seguirá trimestres anteriores
O BTG também acredita que a Qualicorp (QUAL3) deva apresenta resultados “suaves”.
“No geral, os resultados do quarto trimestre ainda apresentarão as tendências da linha de cima vistas nos trimestres anteriores”.
A previsão é de que a receita líquida seja de R$ 500 milhões, queda de 4% na comparação de base anual e um Ebitda ajustado de R$ 247 milhões, o que é equivalente a queda de 3%.
Os dados serão divulgados em 23 de março.
OdontroPrev também se beneficia de crescimento orgânico
Para os especialistas do banco, a OdontoPrev (ODPV3) deve apresentar resultados positivos beneficiando-se de uma maior crescimento orgânico.
O lucro líquido previsto é de R$ 85 milhões, alta de 18,5% na comparação com o quarto trimestre de 2019. Já o Ebitda ajustado será de R$ 114 milhões, crescimento de 14,5% .
Os resultados deverão ser divulgados no dia 4 de março.
Fleury terá balanço sólido
Para Fleury (FLRY3) é esperado resultados “muito fortes” . “Mais uma vez, o FLRY deve registrar resultados trimestrais sólidos, refletindo a normalização sólida dos volumes combinada com um fluxo de receita ainda forte relacionada à covid-19”.
Portanto, os especialistas do BTG estima um lucro líquido de R$ 113 milhões, alta de 100%, na comparação com o quarto trimestre de 2019. Já a receita líquida crescerá 20%, para R$ 865 milhões e o Ebitda aumentará 32%, para R$ 266 milhões.
Os dados deverão ser divulgados em 25 de fevereiro.
Alliar ainda terá resultado fraco
A Alliar (ALLR3), segundo o BTG, deverá apresentar resultados um “pouco melhores” potencializados pelo teste de covid-19.
A projeção do banco é que o lucro líquido seja de R$ 8 milhões. “Fraco, sim, mas ainda o primeiro lucro líquido positivo do ano”.
Já a receita líquida da empresa do setor de saúde deverá ser de R$ 285 milhões, alta de 9% e o Ebitda ajustado de R$ 67 milhões, estável na comparação com o quarto trimestre do ano passado.