Executivos do BTG são acusados de irregularidades pela CVM
A corretora do BTG Pactual (BPAC11) e cinco executivos do banco estão sendo acusados, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em um caso que envolve manipulação de mercado. A informação foi divulgada na última sexta-feira (28) pelo jornal “Valor Econômico”.
De acordo com o veículo de comunicação, o órgão regulador acusa os executivos do BTG de manipularem os preços de units do banco entre novembro de 2015 e janeiro de 2016. Um inquérito obtido pelo jornal aponta que os diretores da instituição orientaram pessoalmente as quantidades e os preços dos papéis que foram negociados.
A investigação teve como base o programa de recompra de units anunciado pelo banco após a prisão do então presidente-executivo da instituição, André Esteves. Conforme a inquirição, os seguintes executivos foram responsáveis pelos atos de manipulação na ocasião:
- Ricardo Chamma Lutfalla;
- Marcelo Kalim;
- Marcus André Sales Sardinha;
- Guilherme Loos Martins;
- José Zitelmann Falcão Vieira.
Segundo o inquérito, os executivos utilizaram recursos do fundo de investimentos Fúria e do programa de recompra de ativos para diminuir os valores depositados nas margens das operações a termo, que eram detidas pela BTG Holding e outros investidores do grupo.
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Os recursos do fundo foram destinados para manipular o preço dos papéis durante a manhã e o início da tarde de 25 de novembro. Ou seja, antes mesmo de o banco anunciar o programa de recompra. Neste dia, o Fúria adquiriu 15,65% do total de ativos que foram negociados.
Nos dias seguintes, a corretora continuou manipulando o mercado ao emitir ordens de compra por meio de robôs.
“As chamadas de margem consumiam caixa ou ativos líquidos do grupo. Ao impedir ou mesmo reduzir a queda dos preços das units, a holding se beneficiava comprometendo menos seus ativos, uma vez que usava os ativos do banco BTG, dividindo os custos com os minoritários ao utilizar o programa de recompra”, aponta o inquérito obtido pelo “Valor Econômico”.
A aérea técnica do órgão regulador informou que a corretora do banco não atuou com “com boa fé, diligência e lealdade”, pois priorizou os interesses de pessoas vinculadas. Além disso, a instituição financeira é acusada de não comunicar as infrações para a autarquia e de não zelar pela integridade do funcionamento do mercado.
Próximo passo da investigação contra os executivos do BTG
Conforme apurado pelo jornal, a CVM agora deverá definir um relator para o caso, que pode ir a julgamento. Além disso, os acusados podem apresentar propostas com o objetivo de encerrar as investigações.
A corretora do banco e seus executivos poderão ser penalizados com multas, inabilitação ou advertência. Até o momento, o BTG ainda não comentou a acusação e informou somente que não se manifesta sobre processos em andamento nos quais ainda está trabalhando na defesa.