Um gerente da Vale (VALE3) admitiu pela primeira vez que a mineradora sabia dos problemas na barragem de Brumadinho (MG). A informação foi divulgada nesta terça-feira (26) pela “Folha de S.Paulo”.
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O executivo admitiu para os investigadores que a diretoria executiva da mineradora sabia da existência de um decréscimo no nível de segurança da barragem. O gerente teria tratado a questão com seus superiores, percebendo que eles estavam cientes do problema. Essa é a primeira vez que um depoimento de um funcionário da Vale indica responsabilidades da diretoria da empresa pelo desastre de Brumadinho.
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O nome do gerente não foi divulgado. Na semana passada seis pessoas foram ouvidas pelo Ministério Público de Minas Gerais sobre o rompimento da barragem de Brumadinho. Entre elas, os gerentes Joaquim Pedro de Toledo e Alexandre Campanha. Os executivos chegaram a ser presos pelas autoridades.
O desastre de Brumadinho
A Barragem 1 de rejeitos da mina de Córrego do Feijão estourou no dia 25 de janeiro. A mina, localizada na área metropolitana de Belo Horizonte, é de propriedade da Vale.
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Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos 179 pessoas morreram e 133 estão desaparecidas.
O acidente gerou uma avalanche de lama, que liberou em torno de 13 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos. A lama destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, e arrastou casas e até uma ponte.
A barragem rompida faz parte do complexo de Paraopeba. A mina é responsável por 7,3 milhões de toneladas de minério de ferro do terceiro trimestre de 2018. O volume corresponde a 6,2% da produção total da mineradora.
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A Vale informou em nota o início de uma sindicância interna para apurar as causas do rompimento da barragem. “Os resultados preliminares foram compartilhados hoje com as autoridades federais e estaduais que estão acompanhando o caso”, informou a mineradora no documento.
Segundo desastre da Vale
Esse é o segundo desastre com barragem em que a Vale se envolve em três anos. Em 2015 ocorreu a tragédia de Mariana, com o rompimento da barragem da Samarco. Naquele desastre morreram 19 pessoas e a lama destruiu centenas de casas e construções.
A Samarco é controlada pela Vale e pela mineradora anglo-australiana BHP Billiton, cada uma com 50% das ações. As duas empresas produtoras de minério de ferro se tornaram alvo de ações na Justiça por conta do desastre. As pessoas afetadas ainda esperam por reparação.