Brota, criadora de horta inteligente, quer tornar sua casa zona produtiva

O crescimento populacional, aliado aos avanços nos níveis de urbanização e renda, tem inspirado mudanças nos meios tradicionais de agricultura. A Brota Company, agtech brasileira criadora da primeira horta residencial inteligente do País, ligou os pontos: é preciso trazer o plantio para dentro de casa e ocupar, cada vez mais, o prato com novas soluções.

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Mas na hora de tirar a ideia do papel, a startup esbarrou em um problema: as pessoas não plantam dentro de casa. A Brota conduziu um estudo inicial e descobriu que 74% delas, na realidade, gostaria de fazê-lo, mas conseguia. Por quê? Três motivos:

  • Tempo;
  • Conhecimento;
  • Espaço.

A ausência de um ou mais dos três elementos foi apontada como a causa do fracasso. Os cariocas Rodrigo Farina, Juan Correa e Bruno Arouca tinham ali as questões, que sintetizadas culminariam em um produto, uma horta inteligente a qual permitiria o cultivo residencial sem a dor de ver a vida da planta se esvair, não sabendo o porquê.

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A startup desenvolveu uma horta que funciona a partir de cápsulas. Cada módulo contém uma espécie de solo inteligente preparado para o crescimento da semente. O produto conta com um sistema autônomo de irrigação e nutrição, o qual alimenta a cápsula de acordo com o tipo de necessidade da planta.

“Estudamos o que o vegetal precisa em cada estágio de desenvolvimento e sintetizamos em um produto de pequeno espaço”, explicou Rodrigo Farina, CEO da Brota ao SUNO Notícias. “Fazemos com que o berço onde está nascendo seja o ideal”.

Quanto ao fornecimento de água, há um dispositivo de hardware sensível — por difusão simples, osmose — à demanda por água da raiz e da semente.

Captação milionária e ideia do “Sol dentro de casa”

No mês passado, a Brota levantou R$ 1 milhão em seed capital, em rodada liderada pela Apex — gestora cujo portfólio exits fala por si só: Singu, adquirida, em 2020, pela Natura (NTCO3) e Shipp, aplicativo de delivery comprado pela B2W (BTOW3), em abril.

“[O investimento da Apex] vem para aumentar a assertividade do plantio e a variedade de opções para o cliente”, disse o CEO da Brota. A startup espera expandir o menu e encerrar o ano com um leque de pelo menos 50 cápsulas diferentes.

Os recursos também serão destinados ao desenvolvimento do produto. Para garantir que o cultivo seja da melhor qualidade e da forma mais independente possíveis, a empresa pretende lançar um sistema próprio de iluminação artificial.

O artigo será lançado neste mês a um pequeno grupo de clientes. “Nós não tínhamos até então essa tecnologia (…), que é a iluminação artificial, um Sol dentro de casa”, afirmou Farina.

A agetch possui um ticket médio de R$ 225,00, para ter tanto a máquina quanto as seis cápsulas iniciais. “A Brota é uma operação lucrativa, temos lucro real em venda de produtos, e optamos, a partir do momento que recebemos o investimento de venture capital, para torná-la não lucrativa para poder acelerar o crescimento da empresa.”

Transformar a cidade em zona produtiva

A população mundial deve alcançar 9,1 milhões até 2050, e para sustentar essas 34% mais pessoas será necessário elevar a produção de alimentos em 70%, de acordo com projeções da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Para a Brota, a solução está na agricultura dentro de casa. Mas para isso, a empresa precisa provar a tese de que o cliente consome o produto recorrentemente, e gosta. “A forma que temos de provar é manter a base de clientes crescendo e fidelizada”. Hoje, a startup conta com 13 mil clientes e meta de chegar a 25 mil até o fim de 2021.

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A empresa já tem projetos em desenvolvimento para desenvolver uma horta inteligente de maior e menor porte. A primeira serve aqueles com desejo de plantar vegetais com raízes mais robustas, enquanto a outra garantiria a segurança aos clientes mais receosos.

A Brota vê que as contas não batem e ambiciona resolver o problema ao “transformar a cidade inteira em zona produtiva: dentro da casa do cliente, no telhado, em zonas governamentais, qualquer área que não tenha um uso de fato para a sociedade”, colocou Farina.

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Arthur Guimarães

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