Os recursos de um possível IPO (oferta inicial de ações) da BRK Ambiental, subsidiária da canadense Brookfield, devem ser utilizados para financiar oportunidades de crescimento e se tornar um caminho para o grupo vender sua participação ao longo do tempo na empresa de saneamento, informa reportagem do Valor Econômico.
A BRK é controlada pela Brookfield desde 2016, quando comprou a então Odebrecht Ambiental. A gestora possui 70% de participação na BRK, enquanto o restante dos papéis está com o FI-FGTS, da Caixa. Além da BRK, a Brookfield está em busca de compradores para a Quantum, do setor elétrico, e para a Arteris, de concessões rodoviárias, de acordo com o Estadão.
“Com o progresso significativo feito em nosso plano de criação de valor, estamos explorando opções para cristalizar valor para o negócio”, disse a Brookfield, que caracterizou a BRK como um de seus negócios “mais maduros”.
Entretanto, o IPO não deve sair em um momento próximo, enquanto o mercado brasileiro estiver inadequado para uma oferta, em um cenário de escassez de IPOs e emissões de ações. A Brookfield está preparando o negócio para quando as condições se normalizarem.
“Esperamos que os rendimentos gerados a partir de uma potencial futura oferta [IPO da BRK] sejam usados para financiar oportunidades de crescimento, nos fornecendo um caminho para vender nossa participação ao longo do tempo”, disse a gestora em carta pública.
Brookfield e o sucesso da BRK no leilão de saneamento em Alagoas
Além de comentar sobre o possível IPO, a Brookfield destacou a adição de mais de 3.700 km de novos encanamentos na BRK, além de quase 400 mil novas conexões com consumidores e um aumento de quase 15% por ano no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Com o sucesso da BRK no leilão da concessão de saneamento da região metropolitana de Maceió, essa deve se tornar uma de suas maiores operações, segundo a Brookfield.
Venda da Arteris
A Arteris é outro negócio que a Brookfield demonstra interesse em vender, como sócia da companhia ao lado da Abertis. O investimento é ainda mais antigo do que a BRK, feito há cerca de dez anos por meio de seu segundo fundo de infraestrutura.
O processo de venda da Arteris, guiado pelo Morgan Stanley, ainda está em fase inicial. O período próximo de Eleições deve dificultar avanços nas negociações neste momento para a Brookfield.