A BrMalls (BRML3) acionou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que apure tentativas de interferência administrativa da concorrente Aliansce Sonae (ALSO3) na companhia. A medida busca barrar a participação da concorrente no seu conselho.
Em fato relevante ao mercado arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a BrMalls afirma que a Aliansce incorreu em “exercício irregular de direitos políticos” por meio das recentes manifestações públicas, e a companhia pede a instauração de procedimento administrativo.
No fim do mês passado, a Aliansce anunciou a compra de 5% da BrMalls, o que elevou a participação da empresa a 10,8% e a fatia de capital favorável a uma eventual fusão a 20%.
“A [BrMalls] entende que o exercício de direitos políticos por parte dos integrantes do Grupo Aliansce Sonae ou por parte de qualquer terceiro que esteja agindo em concerto com o Grupo Aliansce Sonae pode caracterizar infração às normas brasileiras concorrenciais.”
“Consequentemente, a suspensão cautelar solicitada é essencial para evitar eventuais alterações de concorrência antes da obrigatória análise do Cade e eventuais prejuízos aos acionistas da BrMalls”, informou a companhia em nota.
Histórico de negociação entre a BrMalls e a Aliansce Sonae
A BrMalls diz que é favorável a transações de mercado de capitais como instrumento legítimo de combinações entre empresas. No entanto, entende que em qualquer transação há que se evitar conflitos de interesses e respeitar limites concorrenciais.
Segundo a empresa, a abertura de processo administrativo não tem por objetivo discutir o mérito de uma eventual combinação das companhias e que tal medida não afeta o compromisso de avaliar eventual nova proposta que seja enviada pela Aliansce Sonae.
Recentemente, a BrMalls repeliu duas tentativas de compra pela Aliansce após entender que as propostas continuam “subavaliando, consideravelmente, o valor econômico justo” da BrMalls e “ainda não atende aos melhores interesses dos acionistas da BRMalls.”