Conforme o rodízio entre Brasil e os demais países do Brics, o País irá assumir a presidência do Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco da instituição, pelos próximos cinco anos. Para isso, foi indicado Marcos Troyjo, secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia. A confirmação foi realizada nesta segunda-feira (20) pelo ministro Paulo Guedes.
Marcos Troyjo irá se encontrar com os demais governadores do banco, que são ministros de finanças ou presidentes de bancos centrais dos países do Brics, antes da eleição do dia 27 de maio. Isso é necessário para que o indicado pelo Brasil tenha apoio formal dos outros países, e siga um determinado protocolo para a confirmação da posse.
O brasileiro, no entanto, já ocupa a cadeira da presidência do Conselho de Administração da instituição. Troyjo já tem tido encontros com os reapresentantes dos países presentes. Dessa forma, a indicação de Guedes anunciada aos ministros de finanças dos demais países nesta segunda-feira não causou estranheza.
O secretário brasileiro, inclusive, possui experiência na área acadêmica do Brics, tendo sido diretor do BricsLab, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Em sua passagem pelo conselho, os empréstimos do NBD cresceram de forma relevante.
O protocolo de aprovação formal de Troyjo à frente do banco ocorrerá em uma reunião virtual dos países membros. Se não fosse as medidas de contenção e isolamento social pelo novo coronavírus (Covid-19), o evento aconteceria no Rio de Janeiro na reunião anual da instituição. A posse acontecerá no dia 7 de julho.
Brics oferece ajuda ao Brasil
Segundo o vice-presidente de Risco, Estratégia, Parcerias e Pesquisa do Brics, Sarquis J. B. Sarquis, em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, o NBD está pronto para emprestar US$ 1 bilhão (R$ 5,29 bilhões) ao Brasil para o combate à pandemia.
O banco da instituição composta por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul criou o Programa de Assistência Emergencial no combate ao Covid-19. O primeiro empréstimo, no valor de US$ 1 bilhão, foi realizado à China. O prazo de pagamento é de 30 anos.
“O NBD está inteiramente disposto a considerar novos projetos semelhantes ao preparado para China e está conduzindo consultas com seus outros países-membros”, afirmou Sarquis no final do mês passado.
O banco do Brics já havia realizado empréstimos de US$ 1,5 bilhão a projetos brasileiros no ano passado. Segundo Sarquis, a instituição pretende emprestar de US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões em projetos, seja com o setor público ou setor privado brasileiro, neste ano.
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