BRF (BRFS3) aprova chapa da Marfrig (MRFG3) para o Conselho de Administração
O Conselho de Administração da BRF (BRFS3) informou nesta terça-feira (22) que aprovou a proposta de chapa apresentada pela Marfrig (MRFG3), com 10 membros para a composição do colegiado. Com isso, a Marfrig busca exercer seus direitos de acionista majoritário e influenciar na administração da BRF.
A Marfrig, acionista da BRF, indicou Marcos Molina para ser candidato a presidente do Conselho de Administração da empresa. Para a vice-presidência a empresa designou Sérgio Rial, ex-CEO do Santander Brasil (SANB11).
O restante da chapa inclui:
- Márcia Marçal dos Santos, esposa de Molina;
- Augusto Cruz, antigo CEO do Pão de Açúcar (PCAR3);
- Deborah Vieitas, CEO da Amcham;
- Flávia Bittencourt, presidente da Adidas;
- Oscar Bernardes, membro do conselho da Mosaic;
- Pedro de Camargo Neto, ex-comandante da Abipecs (associação de exportadores de carne suína);
- Altamir Batista da Silva, ex-Safra e JP Morgan;
- Eduardo Pocetti, do conselho fiscal da Marfrig.
Os candidatos serão votados na reunião de assembleia da BRF, que está marcada para acontecer no dia 28 de março.
Marfrig busca participação ativa na BRF
Como a Marfrig tem uma fatia acionária de 33,25%, que vem aumentado desde o ano passado, não bate o patamar de 33,33%, o que obrigaria a empresa a fazer uma oferta de aquisição.
A participação implica que a Marfrig pode indicar a maior parte dos membros do conselho da BRF, um colegiado de dez integrantes. “O seu Conselho de Administração decidiu que a companhia deve exercer seus direitos de acionistas para passar a influenciar na administração da BRF. Em razão disso, a Marfrig, apresentará à BRF chapa de candidatos a serem indicados para o Conselho de Administração na próxima assembleia geral ordinária da BRF”, disse o texto do fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De acordo com Sérgio Berruezo, analista de Research da Ativa Investimentos, a postura da Marfrig vai em linha do esperado pela gestora, de que a empresa dificilmente manteria uma postura passiva na BRF já tão próxima da Assembleia Geral de Acionistas de 2022.
“Recentemente, a Marfrig enfrentou oposição de outros acionistas da BRF em decisão relativa ao recente follow on da companhia, o que pode continuar a se repetir com a mudança de postura da Marfrig de acionista passivo para influenciador da gestão”, afirmou Berruezo.