Com a especulação de disputa entre Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) pelo controle da BRF (BRFS3), as ações da companhia disparavam mais de 4% na tarde desta sexta-feira (11). Por sua vez, as rivais apresentavam queda em seus ativos.
Por volta das 13h30, a BRF tinha alta de 4,10%, negociada a R$ 28,93. Já a JBS tinha queda de 0,27%, a R$ 29,23 e, a Marfrig baixa de 0,97%, a R$ 18,47. As ações da BRF negociam em alta depois da notícia do colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim, sobre a possibilidade de estudo por parte da JBS de “avançar sobre o controle” da empresa.
De acordo com o colunista, a JBS, com auxílio do BTG Pactual (BPAC11), analisa um contra-ataque aos movimentos recentes da Marfrig.
Isso após o empresário Marcos Molina, da Marfrig, surpreender o mercado com os solavancos — adquirindo uma grande fatia acionária da BRF. No último movimento, no dia 6 de junho, a companhia passou a ser acionista de 31% da BRF, com compra feita no leilão da B3 (B3SA3). Anteriormente, Molina havia comprado 24,23% do capital da BRF, já figurando como majoritário.
Com as movimentações recentes, as especulações acerca de uma fusão aumentaram – apesar de Molina negar a possibilidade. A discussão acerca da combinação de negócios já datam de 2019, mas nunca foram para frente.
Segundo especialistas do mercado, a cultura corporativa de ambas as companhias seria o grande entrave. “Já vimos no passado a fusão da Perdigão e Sadia, que teve problema de gestão de insumos, milhos, soja e a questão cambial”, afirma Bruno Madruga, especialista de renda variável da Monte Bravo.
Mercado vê entrave na aquisição acionária da BRF pela JBS
De acordo com a matéria, a JBS estaria em conversas com assessores financeiros para fazer uma oferta pela compra do controle da BRF para impedir que a Marfrig consolide sua posição na companhia.
Para que a operação ocorra será necessário cumprir a regra do poison pill, que obriga qualquer acionista que atinja 33% do capital da companhia faça uma oferta pública de aquisição para todos os acionistas da BRF.
Essa movimentação, segundo a Ativa Investimentos, implicaria “num desembolso de caixa enorme, equivalente a um prêmio em cima do valor de mercado da BRF”.
Além disso, a JBS é detentora da marca Seara, principal concorrente da companhia. Com isso, o Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pode atuar contra o processo devido à concentração de mercado.
“Enxergamos um possível entrave com o Cade, caso a JBS decida realmente ir adiante com essa operação da BRF, uma vez que ela controla a Seara”.