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Ação da BRF (BRFS3) dispara 4,8% e é a maior alta do Ibovespa hoje; entenda por quê

BRF (BRFS3) rebaixada. Foto: Divulgação

BRF (BRFS3). Foto: Divulgação

A ação da BRF (BRFS3) fechou esta sexta-feira (27) na liderança do ranking das maiores altas do Ibovespa, com +4,82%, a R$ 15,23. O que impulsionou o avanço dos papéis da empresa foi uma notícia sobre enxugamento de gastos com desligamentos e cortes, um mês após o frigorífico anunciar prejuízo líquido de R$ 1,546 bilhão no primeiro trimestre deste ano. A BRF teria feito diversas demissões e reduzido em 25% os cargos de diretoria da empresa, de acordo com apuração do Valor Econômico.

A medida faz parte da estratégia anunciada pelo CEO da BRF, Lorival Luz, durante a teleconferência de resultados do primeiro trimestre de 2022, para enxugar custos e tornar a companhia leve.

Assim, o objetivo da empresa é alcançar uma economia de até R$ 500 milhões no ano, após prejuízo no 1T22. O resultado foi impactado pela inflação sobre o consumo no mercado doméstico e também sobre os gastos.

Conforme a reportagem, a eliminação de 25% dos cargos de diretores não significa necessariamente uma igual proporção de executivos demitidos, uma vez que algumas das funções estavam vazias.

Segundo o Brazil Journal, fontes da BRF confirmaram que a companhia busca alcançar uma economia de R$ 500 milhões.

O site assinala que o novo conselho do frigorífico pretende operar de forma imediata para se recuperar depois do balanço ruim do 1T22. A BRF negou essa soma de R$ 500 milhões, mas ratificou o exxugamento.

A BRF informou ao Valor “que atualizou sua estrutura organizacional levando em consideração as oportunidades de simplificação, agilidade e sinergias decorrentes da maturidade de seus processos internos”.

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BRF (BRFS3) teve 1T22 ‘fraco e frustrante’

No resultado da BRF, a companhia reverteu o lucro do 1T21 em prejuízo no 1T22, com prejuízo líquido de R$ 1,546 bilhão. Já a receita líquida proveniente das vendas no período somou R$ 12,04 bilhões, aumento de 13,7% sobre os R$ 10,592 bilhões de igual trimestre de 2021.

Segundo a companhia, o cenário econômico brasileiro e geopolítico mundial pressionou negativamente o desempenho no primeiro trimestre.

Para a XP Investimentos, os resultados foram fracos e abaixo das expectativas dos analistas – que já não eram as maiores. “Nós já esperávamos resultados fracos, mas fomos surpreendidos pelo lado negativo”, dizem os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, que citam que a companhia ‘se surpreendeu’ com uma demanda abaixo do esperado no início do ano.

“O aumento dos custos impulsionado por uma inflação global persistente, juntamente com uma perspectiva macro mais fraca no Brasil levou o EBITDA Aj. para a casa dos R$ 121 milhões, caindo acentuadamente 91% A/A e 88% abaixo de nossas estimativas. Como resultado, a margem EBITDA aj. foi de 1,0% – o nível mais baixo da história da empresa”, diz a análise da corretora.

“Nos questionamos se as mudanças na alta administração (mudança de Head Brasil, novo CFO e novo conselho) poderiam ter impactado negativamente o negócio e até piorado um ambiente já difícil e volátil. Embora reconheçamos que parte dos custos crescentes não são recorrentes devido a reajustes da cadeia produtiva, continuamos céticos em relação à recuperação dos resultados da BRF em 2022”, segue.

A recomendação segue neutra para a BRF, sem firmar um preço alvo. No comparativo, praticamente todos os indicadores financeiros da companhia ficaram abaixo das projeções.

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