BRF (BRFS3) sobe 7,67%; o que está acontecendo com as ações?
A BRF (BRFS3) disparou 7,67% nesta terça-feira (5), cotada a R$ 15,97, e ficou entre as maiores baixas do Ibovespa, por vários motivos.
No Ibovespa hoje, a empresa sentiu a movimentação da acionista controladora, a Marfrig (MRFG3), que comprou mais ativos disponíveis no mercado com o “preço de pechincha do papel”, de acordo com Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos.
Além disso, a reprecificação das ações da BRF também vem em função da queda das commodities, em especial o milho, acrescenta o analista.
“A alta de hoje nas ações tem dois principais fundamentos: escalada no dólar e a queda expressiva nas commodities que ela [BRF] consome para alimentação das aves e suínos. Futuros de trigo, milho e soja caíram bem hoje na bolsa de Chicago”, diz Alexandre Achui, head da Mesa Private de ações e sócio da BRA.
Outro fator que contribuiu para a alta nos papéis da frigorífica foi a elevação do preço alvo pelo BTG Pactual (BPAC11), de R$ 17 para R$ 20. Porém, a recomendação do banco de investimentos ainda é neutra.
“Estamos otimistas e cautelosos com a BRF ao mesmo tempo. Em termos cíclicos, a companhia deve entrar em um período favorável nesta metade do ano, com bom ponto de entrada no curto prazo e justificando o aumento de preço-alvo“, afirmam os analistas.
Na visão do BTG, manter a neutralidade também demonstra que a companhia está com dificuldades para mostrar uma mudança estrutural que melhore substancialmente os resultados trimestrais. Assim, seguindo no longo prazo, os analistas apontam um potencial de valorização de 36% nos próximos 12 meses.
BRF reverteu lucro e somoua prejuízo de R$ 1,546 bi no 1T22
A BRF (BRFS3) registrou prejuízo líquido de R$ 1,546 bilhão no primeiro trimestre de 2022, revertendo lucro de R$ 22 milhões reportado no primeiro trimestre do ano passado, informou a companhia.
A receita líquida proveniente das vendas no período somou R$ 12,04 bilhões, aumento de 13,7% sobre os R$ 10,592 bilhões de igual trimestre de 2021. A empresa atribuiu o resultado ao cenário econômico brasileiro e geopolítico mundial que pressionou negativamente o desempenho da companhia no primeiro trimestre.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da BRF nos primeiros três meses do ano alcançou R$ 121 milhões, queda de 90,2% ante a soma de R$ 1,234 bilhão registrado no mesmo intervalo do ano anterior. A margem do Ebitda ajustado foi de 1%, ante 11,6% na mesma base comparativa.