BRF (BRFS3): lucro líquido sobe 6,9%, para R$ 964 milhões
A BRF (BRFS3) reportou lucro líquido de R$ 964 milhões de operações continuadas no quarto trimestre de 2021 — resultado 6,9% maior do que o lucro de R$ 902 milhões verificado em igual período de 2020
A receita líquida do 4T21 da BRF, proveniente das vendas no período, somou R$ 13,724 bilhões, aumento de 19,6% sobre os R$ 11,474 bilhões do quarto trimestre de 2020.
O resultado da BRF no quarto trimestre de 2021 foi impulsionado pelo crescimento da receita líquida e maiores reconhecimentos de créditos tributários sobre prejuízos fiscais em R$ 184 milhões, que compensaram maiores despesas financeiras, explicou a empresa.
A companhia encerrou 2021 com uma receita líquida de R$ 48,3 bilhões, um crescimento de 22,5% quando comparado ao ano anterior.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da BRF no último trimestre do ano alcançou R$ 1,687 bilhão, alta de 6,3% sobre o R$ 1,587 bilhão do mesmo intervalo do ano anterior.
A margem Ebitda ajustado da BRF foi de 12,3%, ante 13,8% em igual trimestre de 2020. A empresa também apresentou uma comparação do Ebitda ajustado excluindo os efeitos tributários. Desta forma, houve alta de 12,8% na comparação interanual, passando de R$ 1,496 bilhão no quarto trimestre de 2020 para R$ 1,687 bilhão nos mesmos meses de 2021.
A companhia encerrou o trimestre com o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) em 3,12 vezes, contra 2,73 vezes no mesmo período do ano anterior. A dívida líquida da empresa ficou em R$ 17,332 bilhões, R$ 3,180 milhões a mais que o reportado nos últimos três meses de 2020.
A BRF comercializou 1,235 milhão de toneladas de produtos de outubro a dezembro do ano passado, um avanço de 3,1% em comparação com as 1,198 milhão de toneladas de um ano antes.
BRF recua no Brasil, mas expande resultados no exterior
A dona da Sadia e da Perdigão perdeu força no mercado brasileiro, apresentando recuo de 2,1% nas vendas domésticas durante o 4T21. As aves foram lideraram as vendas. O resultado anual também apresentou queda, de 1,4% — com a venda de 2,3 milhões de toneladas.
No segmento Brasil, a receita operacional líquida foi de R$ 7,207 bilhões, aumento de 12,3% em comparação com igual intervalo do ano passado. O volume comercializado de carne de aves e suína in natura e produtos processados somou 619 mil toneladas, 2,1% a menos na mesma base comparativa.
O resultado foi impulsionado pelo maior spread histórico entre carne bovina e suína, informou a BRF. Além disso, o preço-médio dos produtos aumentou 14,7%, para R$ 11,65 o quilo.
Em comunicado publicado nesta terça-feira, a empresa afirma que o desempenho comercial no País foi influenciado pelo agravamento do contexto econômico e social da população brasileira, incertezas relacionadas à pandemia de covid-19, redução da renda média das famílias e cenário inflacionário, que no período acumulou 10,6% de variação no ano. Além disso, as condições climáticas desfavoráveis para a colheita de milho e soja na América do Sul também pressionaram o setor.
Já no segmento internacional da BRF, a receita líquida foi de R$ 5,817 bilhões, alta de 23,6% sobre o período. A companhia registrou contração dos volumes e preços de exportação da carne suína para a China, em função da recuperação da produção local e o consumo restrito em função da pandemia. Além disso, a companhia destaca que a queda da margem de suínos e o cenário adverso de custos produtivos e logísticos afetaram negativamente a margem bruta do segmento, que foi parcialmente compensada pela elevação consecutiva dos preços em dólares para Japão e Coreia do Sul, devido à queda dos estoques locais e abastecimento limitado de outros países para a região.
A BRF atribuiu o seu resultado consolidado e o crescimento da receita ao melhor desempenho comercial do segmento Brasil, ao aumento da receita líquida do segmento internacional, além dos efeitos da desvalorização cambial durante todo o ano de 2021.
“Em virtude de menores exportações, a concorrência aumentou o volume de oferta local, gerando queda circunstancial dos preços, o que pressionou nossas margens em um cenário cada vez mais afetado pela inflação das commodities e outros insumos”, justificou.
“No 4T21, apresentamos resultado histórico de receitas e rentabilidade no segmento de exportações diretas, em função do crescimento contínuo dos preços médios em dólar de +57% a/a e manutenção dos volumes, reflexo do aumento da demanda internacional, principalmente nas regiões do Oriente Médio, África e Américas”, explicou a BRF em seu balanço.
Com informações do Estadão Conteúdo