No terceiro trimestre, a BRF (BRFS3) reportou prejuízo líquido de R$ 137 milhões. A cifra foi 50,7% melhor do que a apresentada no mesmo período do ano passado, quando o prejuízo tinha sido de R$ 277 milhões.
Entre julho e setembro, a receita líquida da BRF totalizou R$ 14 bilhões. Isso representa um avanço de 13,4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
O Ebitda ajustado da BRF (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$ 1,37 bilhão. Na comparação anual, houve um aumento de 0,5%.
Em comunicado, a BRF justifica que os resultados do terceiro trimestre da BRF foram impactados pela correção monetária das informações financeiras de sua subsidiária na Turquia, cuja economia passou a ser considerada hiperinflacionária.
O fluxo de caixa operacional foi de R$ 1,3 bilhão. Em nota, a companhia diz que apresentou melhora de R$ 415 milhões no fluxo de caixa livre, excluindo efeitos cambiais. A liquidez disponível está acima de R$ 12 bilhões, sendo R$ 9,3 bilhões em caixa.
A companhia encerrou o trimestre com aumento de 6,5% no índice de alavancagem em comparação com o terceiro trimestre de 2021, passando de 3,06 vezes para 3,26 vezes. A dívida líquida da empresa ficou em R$ 14,830 bilhões, queda de 11,1% sobre os R$ 16,682 bilhões de igual período de 2021.
No terceiro trimestre do ano, a BRF comercializou 1,191 milhão de toneladas de produtos, um avanço de 1,9% em comparação com o 1,168 milhão de toneladas de um ano antes. A empresa informou ainda um consumo de caixa de R$ 226 milhões no período, ante consumo de R$ 308 milhões do terceiro trimestre do ano anterior.
Segmento Brasil: avanço na receita
Ao levar em conta o segmento Brasil, a RBF teve um lucro bruto de R$ 1 bilhão, o que representa uma redução de 25,9% em comparação ao mesmo intervalo de 2021.
No segmento Brasil, a BRF teve receita operacional líquida de R$ 6,8 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 7,9% em comparação com igual intervalo do ano passado.
No mesmo parâmetro, o Ebitda ajustado da BRF somou R$ 458 milhões. A cifra veio 47,8% abaixo do reportado no terceiro trimestre do ano anterior.
A companhia destaca melhora de performance com ganhos de participação de mercado em margarinas, frios e embutidos.
A BRF classifica o ambiente de consumo no mercado interno como “desafiador”.
“A renda média real da população segue em patamares mínimos históricos e a inflação de alimentos acumulada atingiu 11,71% em setembro”, explica a empresa.
Conforme a BRF, apesar da intensificação de ações do governo de auxílio aos brasileiros, existem indicações que os recursos oferecidos vem sendo direcionados para a amortização de dívidas.
A empresa também observa que o atual subsídio alcançou somente 9% das famílias, com concentração nas classes D e E, nas quais é menor a penetração ode produtos processados.
De qualquer modo, a companhia observa melhoras sequenciais nos resultados do segmento por meio de ações direcionadas a assegurar o posicionamento adequado de preço ao consumidor, elevar o espaço de gôndola de seus produtos, aperfeiçoar a estratégia de exibição do portfólio nos pontos de venda, e aumentar a distribuição numérica e número de clientes ativos.
Segmento internacional
No caso do segmento internacional, a BRF teve lucro bruto de R$ 1,3 bilhões. Neste caso, houve uma alta de 56,1% na comparação anual.
A receita operacional da BRF totalizou R$ 6,5 bilhões, o que representa um avanço de 20%.
Já o Ebitda ajustado chegou a R$ 800 milhões. Em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, foi observado um aumento de 94,6%.
A BRF destacou o incremento de receita líquida de 7,4% ante o terceiro trimestre de 2021 e de 14,9% ante o trimestre anterior, além de aumento de margens para as exportações realizadas para a China, Japão e Coreia do Sul. No mercado halal, principalmente na região do Golfo, a participação de itens de valor agregado alcançou 21% do volume vendido.
Os segmentos de Ingredients e Pet Food da companhia apresentaram crescimento e responderam por uma receita conjunta de R$ 684 milhões. No mercado pet, a BRF avançou com o plano de integração e na captura de sinergias entre as operações adquiridas em 2021.
O CEO da BRF, Miguel Gularte, afirmou em entrevista que o resultado do trimestre demonstra melhora em relação aos resultados anteriores. “Estamos trabalhando para estabelecer estratégias. Precisamos de tempo para fazer acontecer, mas estamos junto ao time para fazer e, consequentemente, ter melhora nos resultados”, disse. Segundo Gularte, a preferência pelas marcas da companhia precisam ser transformadas em share.
Cotação da BRF nesta quarta-feira
Nesta quarta-feira (9), período anterior à divulgação dos resultados do terceiro trimestre, as ações da BRF tiveram queda de 0,99%, a R$ 11,98.
Nas duas sessões imediatamente anteriores, o BRFS3 também registrou queda. Com isso, a BRF acumula baixa mensal de 4,61%. No ano, a desvalorização chega a 46,8% na bolsa de valores brasileira.
Com informações do Estadão Conteúdo