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BRF (BRFS3) planeja triplicar faturamento e investir R$ 55 bi em dez anos

BRF (BRFS3) dispara quase 11% e Marfrig (MRFG3) avança 6%; Entenda o que aconteceu

BRF (BRFS3) dispara quase 11% e Marfrig (MRFG3) avança 6%; Entenda o que aconteceu. Divulgação BRF

A BRF (BRFS3) anunciou nesta terça-feira (8), durante o evento “BRF Day”, que irá investir cerca de R$ 55 bilhões nos próximos dez anos. O montante deverá dar suporte para a empresa triplicar o faturamento a uma receita anual para cerca de R$ 100 bilhões.

De acordo com a BRF, o plano, chamado Visão 2030, deve consolidar a empresa na liderança global de alimentos de alto valor agregado, com marcas fortes, e que poderá gerar mais retorno e uma expansão das margens de lucro.

Para isso, a empresa deverá investir para aumentar a participação nos chamados ready meals (pratos prontos) e de carne suína, além de apostar no consumo de novas proteínas, tendência do setor e que deve transformar a produção de proteínas no futuro.

“Pretendemos nos consolidar como uma empresa global de alimentos de alto valor agregado, com portfólio de marcas fortes e produtos cada vez mais práticos e saborosos, de qualidade e confiabilidade no momento que os clientes e consumidores quiserem, onde quiserem e da forma que quiserem. Nossa intenção é atuar de forma sustentável, sendo protagonistas e agentes de transformação”, disse, em nota, Lorival Luz, CEO global da BRF.

“Os resultados que apresentamos até aqui demonstram que temos a disciplina e a maturidade para iniciar um novo ciclo de crescimento ao longo da próxima década”, afirmou Luz.

A BRF não detalhou ainda de onde virão os recursos, mas sinalizou que deve utilizar o crédito como motor de tal crescimento, pois apresentou novos limites para alavancagem da companhia.

A empresa reportou, no mês passado, um lucro líquido para as operações continuadas de R$ 219 milhões referente ao exercício no terceiro trimestre de 2020, uma queda de 50,9% na base anualizada.

No mesmo sentido, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da dona das marcas Sadia e Perdigão ficou em R$ 1,317 bilhão, um recuo de 18,2% em relação ao R$ 1,609 bilhão apurado em 2019. A margem Ebitda ajustado da BRF no período caiu 5,8 pontos percentuais, para 13,2%.

A queda do lucro também foi reportada no segundo trimestre deste ano. Naquele período, a empresa informou um lucro líquido de R$ 307 milhões no segundo trimestre de 2020. Esse valor é equivalente a uma queda de 5,5% em comparação com o mesmo período no ano passado, quando havia registrado R$ 325 milhões.

Já em outubro, a BRF realizou a contratação, junto ao Banco do Brasil, de uma linha de crédito rotativo (revolving credit facility), até o limite de R$ 1,5 bilhão, pelo prazo de três anos.

A BRF informou que a linha de crédito poderá ser desembolsada total ou parcialmente a critério da empresa, quando necessário.

Além disso, a BRF comunicou também que realizou, com seus próprios recursos, a liquidação antecipada de contrato de empréstimo junto ao Banco do Brasil. Este contrato tinha como vencimento o período de agosto de 2021 e janeiro de 2022. O montante pago foi de R$ 1,57 bilhão.

BRF prevê limite para alavancagem

Para que o plano atinja o objetivo proposto, a BRF traçou uma meta que prevê um limite para alavancagens financeiras líquida (razão entre a dívida líquida e o EBITDA Ajustado dos 12 meses anteriores) de até três vezes. Além disso, a companhia também prevê para os próximos biênios:

“Ao longo dessa jornada, prevemos níveis prudenciais de alavancagem de até 3,0x dívida líquida / EBITDA. Vamos ser ágeis para avançar nas oportunidades e prudentes para nos proteger de eventuais adversidades”, afirmou, em nota, Lorival Luz.

O mercado parece ter aprovado o novo plano anunciado da empresa do setor de proteínas. Próximo das 11h15 (de Brasília), as ações da BRF (BRF3) subiam 8,60%, cotadas a R$ 23,11.

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