O Itaú BBA atualizou suas estimativas sobre a BRF (BRFS3) e a Marfrig (MRFG3) após o anúncio do novo CEO da BRF, Miguel Gularte, que comanda a Marfrig América do Sul, com a renúncia de Lorival Luz nesta semana.
“Acreditamos que a sólida experiência de Gularte em eficiência operacional pode acrescentar para a BRF”, dizem os analistas Gustavo Troyano, Renan Moura e Victor Gaspar no relatório do Itaú BBA.
No lugar de Gularte na Marfrig, ficará Rui Mendonça, com mais de 40 anos de experiência no mercado de carne bovina e atual diretor de produtos industrializados da Marfrig no Sul.
O Itaú BBA reconhece que a cadeia de suprimentos de frango e suíno da BRF é mais complexa do que a de carne bovina. Por isso os analistas preveem que pode levar “algum tempo” para o ramp-up completo no novo segmento.
Entretanto, o histórico de Gularte sugere que a companhia pode voltar aos trilhos no quesito eficiência de margem, melhorando a extração de valor de sua base de ativos.
Os analistas observam que a BRF está em recuperação, vindo de um primeiro trimestre desafiador e com margens ainda abaixo dos níveis normalizados.
“Gularte precisará aumentar as margens Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização]”, diz o Itaú BBA.
Na visão do banco, é fundamental que a BRF aproveite seu atual dinamismo operacional e diminua sua dívida.
O Itaú BBA se diz neutro em relação à Marfrig, mas vê a nomeação de Mendonça como um bom indicativo para os resultados futuros na operação sul-americana da companhia de carne bovina.
Os analistas concluem que as possíveis mudanças na BRF podem pesar mais sobre a situação patrimonial.
Assim, o Itaú BBA manteve a recomendação “neutra” para as ações da BRF, com preço-alvo de R$ 17.
Cotação da BRF
As ações da BRF caíam 1,67% perto das 16h15 desta quarta-feira (31), cotadas a R$ 15,92.