As ações da BRF (BRFS3) e da Marfrig (MRFG3) começaram esta sexta (31) com um duro golpe: foram rebaixadas pela XP Investimentos de compra para neutra. No Ibovespa hoje, os papéis amargavam quedas de 5,48% e 2,06%, respectivamente.
De acordo com os analistas da casa, “o setor tem apresentado alta volatilidade devido ao intenso fluxo de notícias. Entre elas estão um caso atípico de mal de vaca louca no Brasil, avanço contínuo e sem precedentes da gripe aviária ao redor do mundo e potencial avanço da febre suína africana na China”.
“Temos novos riscos afetando o desempenho das ações dos frigoríficos brasileiros“, alertam os especialistas.
Para as ações da BRF, a XP trabalha com o preço-alvo de R$ 8,6. Já com os papéis da Marfrig, o preço-alvo é de R$ 6,75.
No caso da BRF, o rebaixamento é motivado pelo temor de que a gripe aviária chegue ao Brasil. No caso da Marfrig, a companhia tem uma alta exposição em carne bovina nos Estados Unidos, onde o ciclo do gado está em trajetória de queda — assim, os gastos das operações frigoríficas aumentam.
Então, onde investir no setor de frigoríficos?
Na visão dos analistas da XP, a JBS (JBSS3) é a favorita deste setor. No curto prazo, os papéis da Minerva (BEEF3) também chamam atenção dos especialistas da casa.
“O fluxo de notícias negativas para o setor também pesou sobre o Minerva, criando uma assimetria: há menos incertezas devido ao seu posicionamento geográfico, a nosso ver. Portanto, vemos a Minerva com um valuation atrativo de 3,9 vezes o EV/Ebitda para 2023 e deve ser a empresa que mais se beneficiará no curto prazo devido a uma tríade positiva de China, câmbio e ciclo do gado”, complementam os analistas.
Desde o início do ano, as ações da BRF e da Marfrig sofrem desvalorizações de 21% e 20%, respectivamente. Os papéis da JBS e da Minerva neste mesmo período caíram cerca de 15% cada.