A BRF (BRFS3) propôs aos seus acionistas o aumento de capital por meio de uma oferta subsequente de ações (follow-on). A companhia pretende emitir 325 milhões de novas ações ordinárias, potencialmente levantando R$ 6,63 bilhões.
Segundo o fato relevante, divulgado na noite de quinta-feira (16), R$ 500 milhões do follow-on da BRF seriam destinados ao capital social e o saldo restante do valor total da oferta será destinado à formação de reserva de capital.
A operação depende ainda de aprovação de uma assembleia geral de acionistas, que está marcada para acontecer no dia 17 de janeiro e, de condições favoráveis do mercado.
A captação da BRF ocorre em um contexto de alto endividamento da empresa. A dívida líquida no final do terceiro trimestre de 2021 chegou a R$ 16,6 bilhões, ante R$ 14,5 bilhões um ano antes, alavancagem 3,06 x no período de julho a setembro. Com isso, a operação deve representar uma melhoria na estrutura de capital da empresa.
Na análise do banco BTG Pactual (BPAC11) o comunicado foi uma surpresa. “A decisão vem como uma surpresa depois que a empresa negou durante anos a intenção para levantar capital, mesmo após o anúncio de um ambicioso plano de longo prazo que requer uma quantidade significativa de capital para o crescimento do negócio”
O banco informou também que os aumentos de capitais são usados geralmente para reduzir a dívida líquida.
A recomendação do BTG permaneceu neutra com o preço-alvo de R$ 25,00.
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BRF mantém estimativa de investimentos de R$ 55 bilhões até 2030
A BRF comunicou que a manutenção na estimativa de realização de investimentos é de, aproximadamente, R$ 55 bilhões até 2030. O montante inclui os desembolsos feitos em 2021, com estabelecimento de limite prudencial de alavancagem financeira líquida de até três vezes. Ou seja, a razão entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado dos 12 meses anteriores.
A expectativa do período entre 2021 e 2024 é de uma receita líquida próxima aos R$ 65 bilhões, com crescimento do Ebitda em duas vezes sobre os últimos 12 meses, terminados em 30 de setembro de 2020.
Entre 2025 e 2027, a estimativa de crescimento da receita líquida e do Ebitda em aproximadamente 2,5 vezes em relação aos últimos 12 meses, encerrados no mesmo período anterior, com crescimento da receita em mais de 60% no mercado brasileiro.
Por fim, entre 2028 e 2030, um atingimento de receita líquida em mais de R$ 100 bilhões e de crescimento do Ebitda em mais de 3,5 vezes em relação aos últimos 12 meses findos em setembro de 2020. A margem Ebitda média acima de 15%, margem líquida média de 6% e retorno sobre o capital investido (ROIC) de 16%, aproximadamente.
Última cotação
Na última sessão, quinta-feira (16), a BRF encerrou o pregão em queda de 0,39%, negociada a R$ 20,40.