O conselho de administração da BRF (BRFS3) aprovou nesta segunda-feira (3) um aumento de capital de 500 milhões de ações de emissão da empresa, passando das atuais 1,325 bilhão para 1,825 bilhão de ações ordinárias.
Além do aumento de capital da BRF, nesta segunda a companhia se manifestou a respeito de uma potencial oferta pública de distribuição de ações envolvendo o fundo soberano da Arábia Saudita, Salic, e a Marfrig (MRFG3), do empresário Marcos Molina, divulgada pelo jornal Valor Econômico na última sexta-feira (30).
De acordo com a BRF, “até o presente momento, não existem informações precisas e concretas a respeito do cronograma da oferta, uma vez que a realização da oferta está condicionada a aprovações societárias ainda não obtidas”.
Segundo o Valor, a operação da BRF injetará R$ 4,5 bilhões na dona das marcas Sadia e Perdigão, sendo metade de cada fundo. A negociação será precificada apenas na semana do dia 10 de julho, de acordo com fontes.
Com isso, a Marfrig, que possui 33% do capital da companhia, deverá passar a uma fatia de 38,7%, enquanto a Salic, que também é acionista da Minerva (BEEF3), passará a deter uma participação de 16% na empresa.
Ainda de acordo com a apuração do Valor Econômico, as fatias podem mudar caso haja demanda dos investidores. Os coordenadores da oferta incluem JP Morgan, Bradesco BBI, BTG Pactual (BPAC11), Citi, Itaú BBA, Safra, UBS BB e XP (XPBR31).
BRF diminuiu prejuízo no 1T23
Entre os meses de janeiro e março deste ano, a BRF amargou um prejuízo de R$ 1,02 bilhão, recuo de 35,2% em relação ao mesmo período de 2022.
Confira os principais números do balanço da BRF no 1T23:
- Receita líquida: R$ 13.178 bilhões (no 1T22, cifra foi de R$ 12.041 bilhões);
- Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado: R$ 607 milhões (no 1T22, cifra foi de R$ 152 milhões);
- Prejuízo líquido: R$ 1.024 bilhão (no 1T22, cifra foi de R$ 1.546 bilhão);
BRF no 1T23: veja análises
Lucas Bonventi e Antonio Cozman, da Genial Investimentos, afirmam que a BRF entregou um trimestre “fraco, porém com resultados acima dos apresentados para o mesmo período do ano passado”.
“Enquanto o segmento Brasil apresentou uma relativa melhora e resultados decentes, o Internacional entregou números decepcionantes, tendo sido fortemente impactado pelo cenário de sobreoferta global do frango e custos de commodities ainda elevados (embora já em tendência de queda)”, argumentam os profissionais, que trabalham com recomendação “manter” nas ações da BRF.
Os analistas do BTG Pactual Thiago Duarte e Henrique Brustolin explicam que apenas para equilibrar a geração do fluxo de caixa, a BRF precisaria de um Ebitda de cerca de R$ 1,7 bilhão. “Isso sem falar em um ciclo de conversão de caixa que já está operando nos mínimos históricos, o que sugere que o espaço para melhorias adicionais no capital de giro é possivelmente limitado”, destacam.
“Se a BRF cumprir suas grandes promessas de eficiência, há esperança de que os resultados melhorem rapidamente antes que a dívida atinja níveis insustentáveis”, complementaram os profissionais.
Cotação de BRF
No fechamento desta segunda-feira (3), as ações ordinárias da BRF subiram 0,11%, cotadas a R$ 8,92.
Cotação BRFS3