BRF (BRFS3) anuncia conclusão de joint venture para produção na Arábia Saudita
A BRF (BRFS3) anunciou a constituição de uma joint venture com a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária do Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita, segundo comunicado ao mercado na terça-feira (1).
O acordo foi concluído ontem, em continuação ao memorando assinado e comunicado ao mercado em outubro de 2022. Com isso, a participação da BRF na nova empresa será de 70%, enquanto a da HPDC representará 30%.
“A consolidação da joint venture representa um passo muito importante e estratégico para a atuação global da BRF em um mercado de extrema relevância para a companhia. A empresa segue consistente no desenvolvimento da região e da indústria de alimentos Halal como um todo”, destacou Marcos Molina, chairman do Conselho da BRF, em comunicado à imprensa.
Ainda de acordo com a BRF, a criação da nova empresa tem como principal objetivo “desenvolver a indústria halal na Arábia Saudita por meio de inovação”, acrescentando que a constituição do acordo prevê ainda a criação de uma Sede para Negócios Halal, um Centro de Inovação de Alimentos Halal e um Centro de Excelência.
BRF levanta R$ 5,4 bilhões em maior oferta do ano
Em julho, a BRF levantou um capital de R$ 5,4 bilhões no maior follow-on de ações realizado em 2023 até então.
A oferta de ações da BRF teve incremento de 20% no lote inicial por conta de excesso na demanda.
Com isso, foram emitidas 600 milhões de ações a R$ 9, valor cerca de 5% abaixo do preço de fechamento da véspera.
O capital levantado deve tirar a pressão da alavancagem da companhia, que mostra uma dívida líquida de 7,7x o Ebitda, conforme dados atualizados do Status Invest.
A expectativa é de que se tenha um recuo de 1,3x nesse indicador após a operação, melhorando a saúde financeira da companhia no curto prazo.
A Guide Investimentos teve avaliação positiva para o movimento de oferta de papéis.
“O menor peso da dívida junto com menor pressão de custos (em função da queda no preço dos grãos) devem favorecer os resultados da BRF nos próximos trimestres”, diz a casa.
O Goldman Sachs, da mesma forma, aumentou o otimismo após o follow-on.
“De acordo com os dados da BRF, no âmbito da oferta a Marfrig subscreveu a totalidade de sua participação proporcional na oferta prioritária, de forma que sua fatia percentual se manteve. Já a Salic adquiriu uma participação de 10,7% na empresa (adquirindo 30% do novo capital). Outros acionistas levaram os 37% restantes”, destacou o banco.
Os bancos JPMorgan, Bradesco BBI, BTG Pactual, Citi, Itaú BBA, Banco Safra, UBS BB e XP Investimentos coordenaram a oferta da BRF.