As ações da BRF (BRFS3) subiram cerca de 20% desde o fechamento da última quinta-feira (18) até esta quarta (24), com ralis sucessivos na bolsa. Nesse cenário, analistas do Goldman Sachs reiteraram a recomendação de venda para os papéis da empresa.
No parecer, a casa listou cinco motivos para se manter cauteloso com as ações da BRF – apesar de destacarem que os números do quarto trimestre de 2023, a serem divulgados, podem vir melhores do que o esperado.
O banco continua a acreditar que a volatilidade nos preços dos grãos, os mercados internacionais com excesso de oferta e a crescente concorrência da Seara podem adicionar riscos à geração de fluxo de caixa livre da companhia.
Os motivos listados são:
- Pressão sobre preço de grãos
- Excesso de oferta em nível global
- Concorrência mais acirrada
- Oferta subsequente da Marfrig
- Valuation da BRF
No primeiro motivo, os analistas chamam a atenção para o fato de que o El Niño registrado no final do ano passado já está mostrando sinais de pressão sobre os valores da soja.
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“Um calendário de plantio atrasado, juntamente com uma alta probabilidade de La Niña mais tarde no ano, também adiciona riscos para o milho safrinha, enquanto os preços à vista surpreendentemente baixos podem se refletir em menor área plantada”.
Nesse contexto, a posição da BRF, que depende dos grãos para alimentar os frangos, pode reduzir sua capacidade de navegar por potenciais interrupções na safra brasileira.
No caso da oferta global, o Goldman Sachs destaca que os mercados internacionais continuam amplamente com excesso de oferta, à medida que um ajuste gradual nos EUA é mais do que compensado por volumes mais altos do Brasil.
Concorrência, Marfrig e valuation da BRF
Sobre a concorrência, os especialistas chamam atenção para o fato de que uma das principais rivais, a Seara, da JBS (JBSS3), adicionou aproximadamente 10% na capacidade de processamento em 2023 e planeja mais um aumento de cerca de 10% até o fim de 2024.
No caso da oferta da Marfrig (MRFG3), especialistas destacam que a concorrente adquiriu uma participação incremental de 18% na BRF nas condições de mercado – o que foi um catalisador para as ações.
Por fim, sobre o valuation de BRFS3 a casa destaca que
No auge do ciclo de lucros, o Goldman Sachs vê a BRF gerando um rendimento de fluxo de caixa livre de 0,6% – o que eles consideram “modesto” para os múltiplos atuais.