Depois de apresentar seis trimestres consecutivos com prejuízos, a BRF divulgou um lucro líquido de R$ 191 milhões no 2º trimestre.
O estoque de frangos no Brasil da BRF, desde meados do ano passado, impulsionou o resultado. A recuperação dos preços na exportação também colaborou para o novo balanço positivo.
BRF de volta ao azul
No segundo trimestre, a detentora das marcas Perdigão e Sadia teve um lucro líquido de R$ 322,8 milhões, atribuído aos sócios da controladora. Na comparação anual, a BRF teve prejuízo de R$ 1,5 bilhão.
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Levando em consideração apenas as operações continuadas, ou seja, eliminando o resultado dos ativos que a empresa vendeu ao longo do segundo trimestre, o lucro líquido foi de R$ 191 milhões.
As operações descontinuadas deste trimestre, ativos na Europa e Tailândia que foram vendidos à Tyson Foods, lucraram R$ 133,9 milhões nos últimos 3 meses, um resultado consideravelmente melhor que o prejuízo de R$ 31,5 milhões do mesmo intervalo do ano passado.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado apresentou a soma de R$ 1,547 bilhão, alta de 333,9% na comparação dos últimos 12 meses, incluindo um ganho líquido de R$ 328 milhões referente ações tributárias.
Alavancagem sob controle
A receita líquida da BRF exibiu o montante de R$ 8,338 bilhões no segundo trimestre, alta de 18%. A companhia encerrou o trimestre com uma alavancagem líquida de 3,74 vezes, frente a 5,69 vezes de um ano atrás.
A companhia informou que, como parte do seu plano de reestruturação operacional e financeira e das expectativas para o futuro do mercado de proteínas, atualiza a estimativa de alavancagem financeira líquida.
O termo representa a razão entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado dos últimos 12 meses, a qual deve atingir números próximos de 3,15 vezes ao final de 2019. A BRF projeta para o final de 2020 que o indicador seja de aproximadamente 2,65 vezes.
Após o melhor resultado em quatro anos, para os analistas do Itaú BBA, o balanço da BRF foi “muito positivo” e “impressionante à primeira vista”. “Existem vários fatores não recorrentes que é preciso analisar de forma mais atenta, mas o nosso primeiro olhar é que mesmo o Ebitda com ajuste ficou 20% acima do consenso”, disse o analista Antonio Barreto. Ele afirma que o destaque especial são os mercados internacionais, com margem Ebitda de até 20% em alguns segmentos.
Com essa recuperação, a BRF gerou R$ 1,3 bilhão em caixa no segundo trimestre. No mesmo período de 2018, a companhia de alimentos havia queimado aproximadamente R$ 65 milhões de seu caixa.
Nesta sexta-feira (9), por volta das 11h30, os papéis da BRF (BRFS3), apresentavam alta de 7,08%, cotadas a R$ 38,90 na Bolsa de Valores de São Paulo.