Michael Barnier, negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, ressaltou as consequências da saída do Reino Unido sem acordo.
Segundo ele, um Brexit sem acordo teria consequências “inumeráveis” e que não deveriam ser subestimadas. Ele solicitou que sejam apresentadas alternativas ao “backstop” (salvaguarda) irlandês.
“As consequências do Brexit não são teóricas, são inumeráveis e, muitas vezes, subestimadas, no plano humano e social, financeiro e orçamental, jurídico e técnico. São consideráveis”, reforçou o eurodeputado. Nesta quarta-feira (18), os parlamentares do bloco europeu irão debater e votar soluções sobre o Brexit em Estrasburgo, na França.
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Além disso, Barnier salientou que, se o Reino Unido se retirar da UE sem o estabelecimento de um acordo, os problemas previstos pelo Acordo de Saída viriam à tona, especialmente os direitos dos cidadãos, a paz na ilha da Irlanda e a proteção da integridade do mercado único, ficariam pendentes de resolução.
“Sem acordo, nenhuma dessas questões desaparece”, ressaltou.
Críticas ao Brexit de Boris Johnson
O principal intermediário do bloco lembrou a insistência do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, em pretender substituir o mecanismo de salvaguarda para a fronteira irlandesa, incluindo o Acordo de Saída firmado em novembro entre a sua antecessora, Theresa May, em Bruxelas.
“Porque o backstop é fundamental para todos nós? Porque é na Irlanda que o Brexit causa mais problemas e riscos. É o único local onde o Reino Unido tem fronteira terrestre com a UE. O motivo da nossa insistência não é ideológico, é pragmático”, disse Barnier.
Na última segunda-feira (16), Barnier revelou que Boris Johnson, em um encontro com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o “novo governo britânico”, explicou sobre as disposições que não concorda do backstop.
“Não basta explicarem por que seria necessário suprimir o backstop. Da nossa parte, temos necessidade de soluções juridicamente operacionais no Acordo de Saída para dar resposta a cada um dos problemas, para prevenir cada um dos riscos que cria o Brexit”, disse Barnier.
Já Juncker, na negociação, reiterou a necessidade da UE em “ouvir todas as propostas do Reino Unido e trabalhar dia e noite a partir do momento em que essas propostas constituam um progresso”.
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“Quase três anos depois do referendo, não se trata de fingir que negociamos. É a nossa responsabilidade continuar este processo com determinação e sinceridade”, afirmou o político francês.
Anteriormente postergado, o Brexit está previsto para ser concluído em 31 de outubro. O premiê britânico afirma que irá tirar o Reino Unido do bloco europeu com ou sem acordo.
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