Mesmo após a decisão pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE), as negociações entre as partes continuam. A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, disse, nesta quarta-feira (8), que o bloco europeu precisa se preparar para a possibilidade de que não haja um acordo com os britânicos após a transição do Brexit.
As negociações têm a data limite em dezembro deste ano, e a premiê alertou sobre as dificuldades encontradas para se chegar a um entendimento. “O progresso das negociações tem sido pequeno, para dizer de modo diplomático”, disse Merkel, sobre o Brexit, no Parlamento Europeu.
Embora recentemente as partes tenham se disposto a intensificar as negociações, alguns entraves ainda pairam sobre os representantes. Direitos de pesca, influência de cortes europeias no Reino Unido e acesso britânico ao mercado da zona do euro são os principais pontos de divergência. A nova rodada de conversas, que estava prevista para ser encerrada na próxima quinta-feira (9), foi finalizada um dia antes.
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A declaração de Merkel vem logo após o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pressionar a premiê alemã, por telefone, na última terça-feira (7), afirmando que o Reino Unido está apto para deixar o bloco europeu sem as bases acertadas caso as negociações não avancem.
Em comunicado, o gabinete de Johnson disse que “o primeiro-ministro sublinhou o compromisso do Reino Unido para trabalhar duro para encontrar um acordo com o processo de negociações intensificadas” na conversa com a líder alemã. “Ele também notou que o Reino Unido estaria, da mesma forma, pronto para deixar o período de transição em condições como as da Austrália se um acordo não puder ser alcançado”.
A Austrália não possui um acordo comercial coletivo com a UE, apenas acordos específicos para determinadas mercadorias. Grande parte do comércio entre o país da Oceania e o bloco europeu é regido pelas regras globais da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Veja também: Brexit: novas negociações entre Reino Unido e UE não avançam
Embora já se considere avisada, Merkel continua defendendo um acordo com os britânicos. A Alemanha, principal economia da zona do euro, terá uma participação fundamental nesse processo — recentemente, o país assumiu a presidência rotativa da UE.
O acordo inicial para o Brexit foi acertado em 31 de janeiro deste ano, após consecutivas postergações. A menos de cinco meses para o final do prazo estipulado, no entanto, o Reino Unido não considera solicitar um adiamento. Todavia, por parte da comitiva europeia, a possibilidade já é palpável após as infrutíferas negociações.
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