A Braskem (BRKM3; BRKM5; BRKM6) captou U$ 600 milhões (cerca de R$ 3,197 bilhões) ao vender títulos de dívida híbridos (bonds) no exterior. A informação foi divulgada pelo jornal “Valor Econômico” nesta segunda-feira (20).
Segundo a publicação do jornal, a Braskem vendeu bonds híbridos na bolsa norte-americana com taxa de 8,5%, que deverá entrar a vigor nos cincos primeiros anos do papel. Esta estratégia de emissão é pouco utilizada por emissores brasileiros. Os bonds são híbridos e, dessa forma, possuem características parecidas com as de uma ação. Com isso, essa oferta oferece pouca proteção ao investidor, que fica por último na fila de pagamento em caso de uma crise financeira da empresa.
Entretanto, todas as companhias que fizeram operações no mercado de dívida no exterior desde o início do mês de maio conseguiram obter grande sucesso. Os bonds emitidos pela Braskem não possuem cláusulas de compromissos financeiros ou operacionais (covenants). Essas cláusulas dão a garantia, aos investidores, da cobrança dessa dívida se algumas das cláusulas a seguir forem descumpridas:
- Juro a ser pago deixa de ser fixo após cinco anos;
- O emissor poderá optar por postergar o pagamento de juro dos papéis.
Na operação liderada pela BNP Paribas (OTCMKTS: BNPQY), Morgan Stanley (NYSE: MS) e Santander (SANB3;SANB4;SANB11), o tipo de papel será contabilizado pela empresa 100% como dívida em seu balanço patrimonial. Entretanto, as agências de rating classificam como 50% divida e 50% equity.
Fitch rebaixa rating da Braskem (BRKM3) para ‘BB+’
A Braskem enviou um comunicado ao mercado, nessa sexta-feira (3), informando aos acionistas que a Fitch Ratings rebaixou o rating da companhia de ‘BBB-‘ para ‘BB+’, com perspectiva estável.
Contudo, a companhia destacou no documento que “apesar do cenário adverso resultante do ciclo e da pandemia (de Covid-19), mantém sólida posição de caixa e o perfil de endividamento bastante alongado”. Segundo a companhia, o prazo médio de vencimento de suas dívidas ao final do primeiro trimestre do ano era de 16,4 anos, “sendo aproximadamente 50% delas concentradas após 2030.”
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A Braskem ainda salientou que, em sua visão, a estrutura de capital da empresa aliada às medidas adotadas e à sua liderança no mercado, justificariam a manutenção do grau de investimento.