Braskem (BRKM5) sobe na Bolsa apesar de prejuízo; o que animou os investidores no 4T23?
A Braskem (BRKM5) registrou prejuízo líquido de R$ 1,575 bilhão no quarto trimestre de 2023 (4T23), cifra 8% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior. Segundo a XP Investimentos, a companhia reportou um 4T23 fraco, mas muito em linha com a expectativa da Research diante de um cenário adverso. Nesta terça-feira (19), as ações subiram 5,62%, cotadas a R$ 23,13.
De acordo com os analistas, o setor petroquímico enfrentou no 4T23 dificuldades com preços e spreads baixos. “Consideramos como positivo a ligeira melhoria de alguns indicadores, embora acreditemos que seja cedo para interpretá-los como uma reviravolta estrutural para o setor em 2024”, diz a XP.
O Ebitda ajustado da Braskem foi de R$ 1.049 milhões, alta de 14% quando comparado ao trimestre anterior. A XP afirma que o número foi impulsionado pelo melhor mix de vendas, aumento dos spreads médios das resinas e produtos químicos no Brasil, além de melhores spreads de polietileno no México e flexibilidade na compra de propeno nos Estados Unidos.
“Houve também iniciativas corporativas para redução de custos fixos. Os volumes de venda caíram 5% devido a paralisações operacionais e fraca demanda”, explica a Casa.
No último trimestre, a Braskem teve um fluxo de caixa livre recorrente negativo (R$ 344 milhões), devido a pagamentos significativos de juros e outras despesas. A dívida líquida da Braskem permaneceu estável (US$ 5,1 bilhões).
A empresa ainda possui uma posição de caixa forte e uma dívida de longo prazo (11,8 anos) com baixo custo, informa a XP, que recomenda manter ações da Braskem.
Braskem: BB Investimentos vê resultado positivo
Para o BB-BI, a Braskem divulgou seus resultados do 4T23, em linha com as expectativas, impulsionada por uma leve melhora nos spreads de produtos petroquímicos e reconhecimento de créditos fiscais.
A recomendação neutra da Braskem e o preço-alvo (R$ 27) para 2024 são mantidos devido a riscos relevantes para os acionistas minoritários, como desequilíbrio na oferta e demanda global de produtos petroquímicos, incerteza sobre tag along na venda proposta para aquisição do controle pela Adnoc e uma CPI parlamentar em andamento sobre o fenômeno geológico de Alagoas, que pode impactar as provisões.
“De modo geral, enxergamos a Braskem como uma companhia com boas vantagens competitivas, em um setor estratégico e com boas perspectivas de demanda, mas em um momento setorial complicado, além de se encontrar no meio de uma possível transação de M&A que pode ter resultados não tão favoráveis aos minoritários”, comentam os analistas do BB Investimentos.
Diante do resultado positivo apresentado no 4T23, o BB Investimentos vê o mercado interpretando que a companhia fez bom proveito das condições mais favoráveis neste trimestre, mas ainda projetando uma perspectiva de que não ocorra uma melhora substancial nos spreads no curto prazo.
Empresa tem prejuízo líquido 8% menor no 4T23
A Braskem (BRKM5) anotou prejuízo líquido de R$ 1,575 bilhão no quarto trimestre de 2023 (4T23), queda de 8% menor do que o prejuízo líquido de R$ 1,710 bilhão registrado no mesmo período do ano anterior.
A receita líquida de vendas da Braskem no 4T23 ficou em R$ 16,691 bilhões, queda de 12% na comparação anual e estável na base sequencial.
O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente da Braskem foi positivo em R$ 1,049 bilhão no 4T23, ante Ebitda recorrente negativo de R$ 168 milhões no 4T22, em função:
- Da priorização de vendas com maior valor agregado e otimização do mix vendas;
- Do crescimento de 3% no spread médio de resinas no Brasil;
- Do crescimento de 4% no spread médio de principais químicos no Brasil;
- Do crescimento de 10% no spread de PE no México;
- Da flexibilidade de compra de propeno nos Estados Unidos;
- Pela redução de cerca de R$ 72 milhões com despesas gerais e administrativas como resultado da implementação das iniciativas corporativas de redução de custo fixo.
O resultado da Braskem mostrou também que o resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 798 milhões, ante resultado negativo de R$ 384 milhões apurado em igual período de 2022.
O custo do produto vendido (CPV) da Braskem foi de R$ 15,683 bilhões no 4T23, diminuição de 18% frente aos R$ 19,068 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.
O saldo da dívida bruta no 4T23 foi de US$ 8,7 bilhões, sendo 95% dos vencimentos concentrados no longo prazo e 5% no curto prazo. A dívida líquida, por sua vez, foi de US$ 5,1 bilhões e se manteve estável quando comparado com o 3T23.
Além disso, a Braskem investiu cerca de US$ 3,8 bilhões em 2023, 6% inferior à estimativa inicial de R$ 4,0 bilhões em função, principalmente, da otimização e priorização de investimentos.
Desempenho anual das ações da Braskem
Cotação BRKM5