Braskem (BRKM5) tem prejuízo de R$ 1,4 bilhão no 2T22, com menores spreads e menos receita
A Braskem (BRKM5) fechou o segundo trimestre de 2022 (2T22) com prejuízo líquido de R$ 1,4 bilhão, revertendo os R$ 7,4 bilhões de lucro vistos em igual etapa do ano anterior.
O resultado da Braskem foi divulgado nesta quarta-feira (10), após o pregão, em documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A companhia também reportou um lucro antes de juros, depreciação e amortização (Ebitda) Recorrente de US$ 802 milhões no trimestre, representando queda de 13% ante o trimestre anterior. Em reais, o Ebitda recorrente é de R$ 3,9 bilhões, representando queda de 19% no comparativo com o trimestre anterior e 58% ante o 2T21.
A Braskem, nas anotações do resultado do 2T22, justifica isso pelo “menor volume de vendas de principais químicos no segmento Brasil, PP na Europa, e PE no segmento México”. Além disso, cita menores spreads internacionais de PVC.
A receita líquida de vendas da Braskem foi de R$ 25,4 bilhões, representando baixa de 4% ante igual período do ano anterior.
A geração de caixa da companhia foi de R$ 2,4 bilhões no trimestre, ante R$ 1,55 bilhão vistos no 2T21. A companhia destaca que o retorno de fluxo de caixa foi de 31%.
O balanço da Braskem também mostra que a petroquímica fechou o mês de junho de 2022 com uma dívida bruta consolidada de US$ 8,73 bilhões. A dívida líquida ajustada, por sua vez, terminou o 2T22 em US$ 4,6 bilhões – queda de 1% em relação ao fim de março e alta de 3% em relação ao segundo trimestre de 2021.
Segundo a empresa, o prazo médio do endividamento é de cerca de 14,1 anos, sendo 53% das dívidas concentradas após 2030.
Com esses números, a alavancagem da Braskem – medida pela razão entre a dívida líquida ajustada e o Ebitda – fechou o trimestre em 1,22x, ante 1x vistos no fim de março e 1,10x vistos no fim do segundo trimestre de 2021.
“A posição de caixa ficou em US$ 1,9 bilhão, patamar que garante a cobertura dos vencimentos de dívida nos próximos 66 meses, não considerando a linha de crédito rotativo internacional (stand by) disponível no valor de US$ 1,0 bilhão, com vencimento em 2026”, destaca a Braskem, no seu balanço.
BTG esperava retração mais leve no Ebitda da Braskem
Os analistas do BTG Pactual (BPAC11) estimavam uma queda de 40% no EBITDA da Braskem em 2022 ante 2021, ao passo que a companhia reportou baixa de 55%.
Além disso, a casa projetava queda de 98% no lucro.
Contudo, no parecer, os especialistas citaram que a alta volatilidade implícita no negócio da Braskem, aliada à falta de gatilhos de curto prazo, citando o desinvestimento da Novonor e migração do Novo Mercado, pode continuar pesando no desempenho da ação.
Assim, o valuation da Braskem já parece estar precificando em um ciclo de baixa, segundo o BTG.
A análise foi feita após a divulgação da prévia operacional da Braskem e antes do balanço.
Desempenho de BRKM5
No pregão antes de o mercado digerir o resultado trimestral, desta quarta (10), as ações da Braskem tiveram alta de 0,63%, cotadas a atuais R$ 36,85.
No acumulado do ano os papéis da Braskem apresentam queda de 35,1%, dada a cotação de quase R$ 57 vista nos primeiros pregões de 2022.