Em meio à venda, Braskem (BRKM5) deve ter relator da CPI definido até quarta
O líder da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem (BRKM5) no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), planeja agendar para a próxima quarta-feira (21), às 10h, a reunião em que ele deve designar o relator da comissão que vai investigar a empresa petroquímica.
Durante a articulação política que elevou Aziz à presidência do colegiado, ficou estipulado que o relator seria o autor do requerimento de criação da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).
Entretanto, há oposição a essa escolha, desde o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), até o Palácio do Planalto, passando pela Petrobras (PETR4), que é a segunda maior acionista da Braskem, o que torna o panorama bastante incerto.
O principal aliado de Lira na comissão de inquérito é o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), que alega que o emedebista, seu oponente político regional, deveria abrir mão da relatoria por ter sido presidente da Salgema S/A no início da década de 1990, precursora da Braskem.
Outro parlamentar que está na disputa pelo cargo é Rogério Carvalho (PT-SE). O nome de Carvalho pode ganhar destaque, sobretudo porque Renan é adversário político de Lira, e as investigações sobre a mineradora podem impactar a popularidade e o equilíbrio de poder entre os dois políticos em Alagoas.
Além de Lira, o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) não é a favor de conceder a relatoria da CPI a Renan. Em caso de vitória de Carvalho, o vice-presidente da CPI, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), poderia considerar ceder seu posto na mesa diretora para Renan como forma de reconhecimento ao autor do pedido de criação da comissão. Essa possibilidade ainda será avaliada dependendo do relator escolhido, segundo informações da CNN.
A CPI foi instalada em dezembro do ano passado com o propósito de investigar a subsidência do solo em Maceió causada pela atividade de mineração da Braskem.
Dentro da área de atuação da comissão, está a investigação de possíveis negligências por parte da empresa no suporte às inúmeras famílias afetadas pelo desabamento da mina de sal-gema.
Veja quem são os integrantes da CPI
Titulares:
- Renan Calheiros (MDB-AL)
- Efraim Filho (União-PB)
- Rodrigo Cunha (Podemos-AL)
- Cid Gomes (PSB-CE)
- Omar Aziz (PSD-AM)
- Jorge Kajuru (PSB-GO)
- Otto Alencar (PSD-BA)
- Rogério Carvalho (PT-SE)
- Wellington Fagundes (PL-MT)
- Eduardo Gomes (PL-TO)
- Dr. Hiran (PP-RR)
Suplentes:
- Fernando Farias (MDB-AL)
- Jayme Campos (União-MT)
- Soraya Thronicke (Podemos-MS)
- Angelo Coronel (PSD-BA)
- Fabiano Contarato (PT-ES)
- Magno Malta (PL-ES)
Braskem: venda pode incluir mais duas empresas sediadas no Oriente Médio
No dia 15 de fevereiro deste ano, o líder da Petrobras, Jean Paul Prates, teve um encontro com o CEO da Companhia Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc) e o ministro da Indústria e Tecnologia dos Emirados Árabes Unidos, Sultan al Jaber. Entre os assuntos abordados, eles discutiram sobre o processo de alienação do controle acionário da Braskem.
A empresa estatal de petróleo dos Emirados Árabes é considerada a principal candidata para adquirir a participação da Novonor (anteriormente Odebrecht) na petroquímica. Além da Adnoc, a transação pode incluir mais duas empresas do setor, ambas sediadas no Oriente Médio.
A oferta atual do grupo (ainda não vinculativa) é de R$ 10,5 bilhões por 35,3% das ações. Entretanto, a conclusão da transação está sujeita à aprovação da Petrobras, que também possui ações na Braskem.
Prates declarou que a reunião abordou os processos de due diligence (análise prévia) que ambas as empresas estão conduzindo em relação à Braskem, a fim de embasar possíveis decisões futuras. Os executivos também exploraram as discussões iniciadas em 2023 sobre oportunidades nas áreas petroquímicas, de refino, de gás offshore e nos mercados de combustíveis.
Conforme o acordo de acionistas da Braskem, a Petrobras, que detém 36,1% do capital total da empresa, tem o direito de preferência em qualquer transação que envolva a mudança do controle acionário. A possibilidade de aquisição está alinhada com o plano estratégico da estatal, embora tenha demonstrado simpatia pela proposta dos investidores árabes.