Braskem (BRKM5) cancela rating de crédito em escala global emitido pela Moody’s

A Braskem (BRKM5) informou na terça-feira (5) que cancelou o rating de crédito corporativo em escala global emitido pela agência de classificação de risco Moody’s.

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Em comunicado, a Braskem afirmou que a decisão ocorreu “em função de implementação das iniciativas corporativas com foco na disciplina de custos que vem sendo divulgada pela companhia”.

A Moody’s tinha uma perspectiva estável para a companhia, com rating em “Ba1”, segundo informações no site da Braskem.

Na última quarta-feira (29), a capital de Alagoas decretou estado de emergência diante do risco iminente de rompimento em um dos poços da antiga mina de sal-gema da Braskem.

No dia seguinte, a Braskem comunicou por meio de fato relevante que foi intimada, em deferimento de tutela de urgência em ação civil pública, sobre o colapso em Maceió. O valor atribuído à causa pelos autores da ação é de R$ 1 bilhão, segundo a petroquímica.

O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) também autuou a Braskem em mais de R$ 72 milhões por omissão de informações, danos ambientais e pelo risco de colapso e desabamento da mina 18, na região do bairro Mutange, em Maceió. Conforme divulgado pelo IMA na terça, desde 2018, a Braskem já foi autuada 20 vezes pelo instituto.

Segundo o último boletim emitido pela Defesa Civil de Maceió emitido às 17h da terça-feira (5), o deslocamento vertical acumulado da mina 18 é de 1,87 metros (m) e a velocidade vertical é de 0,22 centímetros por hora, apresentando um movimento de 5,5 centímetros nas últimas 24 horas.

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Braskem é retirada de índice de sustentabilidade da B3 (B3SA3)

Também na terça-feira, a B3 (B3SA3) anunciou que a Braskem será excluída do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) a partir da próxima sexta-feira (8). Segundo a operadora, a participação das ações da Braskem será distribuída proporcionalmente aos demais ativos da carteira do ISE.

A decisão ocorre devido ao agravamento da situação na mina de sal-gema em Maceió.

Ainda de acordo com a B3, a exclusão da Braskem levou em conta quatro pilares do plano: o impacto ESG da crise, gestão da crise pela companhia, impacto de imagem da crise na companhia e resposta da companhia à crise.

“A decisão não deve ser tomada como pré-julgamento das responsabilidades da companhia, mas decorre da aplicação do disposto na metodologia do ISE B3, item 5.3, que estabelece a exclusão de ativos que ‘durante a vigência da carteira se envolvam em incidentes que as tornem incompatíveis com os objetivos do ISE B3, conforme critérios estabelecidos na política de gestão de riscos do índice’, informou a bolsa brasileira.

Fitch Ratings: evento em Maceió pode impactar fluxo de caixa da Braskem

Em relatório divulgado na última sexta-feira (1), a Fitch Ratings avalia que o iminente colapso da mina em Maceió pode ter impacto significativo no fluxo de caixa da Braskem e pressionar seus ratings. “As consequências de um potencial incidente ainda são incertas”, diz.

Ainda de acordo com a agência de classificação de risco, um novo evento geológico na área da Braskem pode levar a novas ações judiciais contra a companhia e afetar sua capacidade de acessar recursos no mercado, já que os investidores estão mais restritivos e preocupados com questões ambientais, sociais e governamentais (ESG).

A Braskem tem nota de grau de investimento (BBB-), com perspectiva negativa.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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