Braskem (BRKM5): spreads menores, mas cenário ainda positivo?
Na noite desta quarta-feira (05), a Braskem (BRKM5) divulgou seus números de produção e vendas do quarto trimestre de 2024, que, segundo a XP, trazem desafios enfrentados pelo setor petroquímico nos últimos meses.
De acordo com os analistas, a principal preocupação recai sobre os spreads de petroquímicos primários no mercado internacional, que sofreram queda após uma sequência de trimestres positivos.
Os spreads de polietileno (PE) foram os mais afetados: o PE-Nafta registrou retração de 23% em relação ao trimestre anterior, enquanto o PE-Etano caiu 21% no mesmo período. Esse impacto adverso foi sentido de forma generalizada, atingindo operações no Brasil, México, Estados Unidos e Europa.
Apesar da queda nos spreads da Braskem, os volumes de vendas anuais apresentaram melhora. No Brasil, a taxa de utilização das centrais petroquímicas caiu 3 pontos percentuais no trimestre, mas subiu 4 pontos percentuais no acumulado do ano.
As vendas de resinas e principais produtos químicos recuaram 4% no trimestre, mas avançaram 9% em relação ao mesmo período de 2023.
Segundo a XP, o desempenho trimestral mais fraco foi influenciado por uma combinação de fatores, incluindo demanda sazonalmente mais baixa, paradas para manutenção e maior disponibilidade de produtos no mercado.
Ainda assim, os analistas entendem que comparação anual sugere que a empresa está em um patamar superior ao registrado no quarto trimestre de 2023.
De acordo com o relatório, os números de produção e vendas do 4T24 da Braskem foram marginalmente negativos, embora em linha com o que já era antecipado devido ao mapeamento prévio de preços petroquímicos. Além disso, a forte sazonalidade do período torna menos relevante a comparação com o trimestre anterior.
Por outro lado, fatores como o aumento das tarifas de importação de resinas, implementado em outubro, e a depreciação do real frente ao dólar devem funcionar como elementos compensatórios. Com a maior parte das receitas da Braskem atreladas ao dólar, a desvalorização cambial deve trazer efeitos positivos para os resultados financeiros do trimestre, completa a XP.
