Ícone do site Suno Notícias

Braskem (BRKM5) tenta atenuar preocupações sobre Maceió e diz que “solo vem se acomodando”

Braskem: solo afunda em Maceió. Foto: Gésio Passos/Agência Brasil

Braskem: Maceió. Foto: Gésio Passos/Agência Brasil

O presidente da Braskem (BRKM5), Roberto Bischoff, afirmou nesta segunda-feira (4) que a petroquímica tem feito esforços consistentes para minimizar os impactos ambientais provocados pelo afundamento do solo em Maceió (AL).

Em situação de emergência desde a última quarta-feira (29), a cidade de Maceió vive um clima de espera, aflição e revolta por causa da possibilidade de colapso de uma mina de sal-gema da petroquímica Braskem, no bairro do Mutange. É mais um capítulo de uma história que se arrasta desde 2018, quando foram registrados afundamentos em cinco bairros. Estima-se que cerca de 60 mil residentes tiveram que se mudar do local e deixar para trás os seus imóveis.

Roberto Bischoff, CEO da Braskem, disse que a empresa identificou a aceleração da instabilidade na região em novembro, a partir de um relatório interno. Em seguida, compartilhou informações com as autoridades.

O risco de colapso em uma das 35 minas da Braskem vem sendo monitorado pela Defesa Civil de Maceió e foi detectado devido ao avanço no afundamento do solo. Ontem (3), houve uma diminuição no ritmo, que passou para 0,3 centímetro (cm) por hora. Pela manhã, esse número era de 0,7 cm. Nas últimas 24 horas, o afundamento foi de 7,4 cm. Desde terça-feira (28), a mina 18 acumula 1,69 metro de afundamento.

Nesta segunda-feira, novo boletim da Defesa Civil informa que o deslocamento vertical acumulado da mina 18 é de 1,77 m, e a velocidade vertical reduziu-se para 0,25 cm por hora, apresentando um movimento de 6 cm nas últimas 24 horas.

O coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, em entrevista à Agência Brasil, destacou que as áreas que podem ser mais afetadas já foram evacuadas, e que o órgão trabalha com um cenário mais brando, de afundamento lento e sem ruptura total, e um cenário de ruptura, com possibilidade de formar uma cratera. A Defesa Civil descarta a possibilidade de que a água nas minas esteja “vazando” para a Lagoa do Mundaú.

Nobre lembrou que esse é um cenário inédito no país, mas que a Defesa Civil teve tempo para se preparar e conta com o auxílio de técnicos da Defesa Civil Nacional. Ele evitou ainda falar sobre a responsabilidade da Braskem na tragédia.

“Percebemos a partir de um monitoramento que realizamos uma mudança no comportamento do solo e imediatamente informamos às autoridades. O bairro já estava desocupado, quem estava na região eram apenas as equipes da Braskem e 23 famílias resistentes que não haviam deixado o local, mas foram retiradas após ordem judicial”, afirmou Bischoff durante o 28º Encontro Anual da Indústria Química (Enaiq), evento tradicional do setor químico promovido pela Associação Brasileira de Indústrias Química (Abiquim).

O executivo afirmou que decidiu falar sobre o colapso em Maceió durante a realização do evento em função de, segundo ele, haver uma grande quantidade de informações veiculadas nas redes sociais e que “não necessariamente são precisas”. Completou: “Temos bons indicativos de que o solo vem se acomodando.”

Bischoff disse ainda que nos últimos quatro anos foram realocadas 40 mil pessoas em 14,5 mil imóveis e mais de 97% das propostas de indenização foram aceitas e pagas por meio do Programa de Compensação Financeira (PCF).

Deslocamento de mina em Maceió cai para 0,25 cm por hora

A Defesa Civil de Maceió informou, nesta segunda-feira (4), que o afundamento da mina 18 da Braskem reduziu para 0,25 centímetros por hora. Segundo boletim do órgão, o deslocamento acumulado na mina, que fica na região do antigo campo do Centro Sportivo Alagoano (CSA), no Mutange, é de 1,77 metro e a velocidade vertical apresenta movimento de seis centímetros nas últimas 24 horas. A Defesa Civil disse também que o alerta máximo permanece devido ao risco de colapso da estrutura.

“Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”, explicou o órgão.

Os registros do último fim de semana mostravam uma diminuição no ritmo de deslocamento vertical da mina de extração de sal-gema: 0,3 centímetro (cm) por hora. Pela manhã, esse número era de 0,7 cm, com um afundamento acumulado e 7,4 cm no final de semana.

Nesta segunda-feira, uma equipe técnica do Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro (DRM) participa de uma reunião com as defesas civis municipal e estadual para analisar a situação do possível colapso da mina 18 da Braskem, em Maceió.

Segundo a Defesa Civil estadual, a equipe – formada por geólogos e especialistas em desastres e desmoronamentos – irá passar a semana toda em Maceió, fazendo o levantamento da situação da mina e das possíveis intervenções que podem ser feitas na área.

Braskem (BRKM5): situação de Maceió aumenta percepção de risco, diz BTG Pactual

Em relatório divulgado na última sexta-feira (1), o BTG Pactual (BPAC11) destacou que o potencial colapso de uma mina da Braskem em Maceió (AL) corrobora para aumentar a percepção de risco em relação à companhia.

Segundo o banco, o mercado atribuiu a queda de mais de 13% nas ações da Braskem desde o início da repercussão sobre o colapso em Maceió na última quinta-feira (30) provavelmente à possibilidade de que uma parcela significativa desse valor se torne novas provisões.

Para o BTG, isso impactaria ainda mais a capacidade de geração de caixa da Braskem no curto prazo, em meio a um ciclo de spreads petroquímicos muito baixos.

“Atualizamos recentemente as nossas estimativas e reiteramos a nossa classificação neutra, pois acreditamos que a maior parte das vantagens das ações dependem atualmente da potencial venda da participação da Novonor na empresa. Continuamos a abordar as fusões e aquisições com cautela, pois não está claro para nós se os acionistas minoritários irão capturar os direitos de tag along se a venda prosseguir”, disse o BTG.

Ainda de acordo com o banco, ainda não está claro quando da responsabilidade recai sobre a Prefeitura de Maceió em relação ao caso envolvendo a mina da Braskem. “Além disso, entendemos que são necessários relatórios e estudos técnicos que comprovem a necessidade de compensações adicionais”, completa.

Desempenho das ações

Cotação BRKM5

Gráfico gerado em: 04/12/2023
1 Dia

*Com informações de Estadão Conteúdo e Agência Brasil

Sair da versão mobile